A tradição oral germânica nos conta que
Adélia (ou Adela) era a irmã mais nova de Hermínia, ambas princesas, filhas do
rei da Austrásia, Dagoberto II, o Bom.
Adélia foi identificada, também, como a
abadessa Adola, a quem Alfreda, abadessa do Mosteiro de Streaneshalch, teria
enviado uma carta. Também como Adula, "religiosa matrona nobilis",
que se hospedou no Mosteiro de Nivelles em 17 de março de 691, com um filho
pequeno.
Depois da morte de seu marido, Alderico,
influente nobre da região, Adélia decidiu recolher-se na vida religiosa. Fundou
então o Mosteiro de Pfalzel, na região de Trèves, atual Alemanha, onde
ingressou e foi a primeira abadessa. Escolheu a Regra beneditina, como fizeram
os mosteiros de Ohren e de Nivelles, o primeiro fundado por sua irmã, a futura
Santa Hermínia.
O neto da abadessa, Gregório, um rapaz
esperto e vivaz, era hóspede frequente do mosteiro. O jovem ficou encarregado
de ler em voz alta os textos sagrados enquanto as religiosas estivessem no
refeitório. Em 722, passou pelo mosteiro um monge inglês de nome Bonifácio, em
seu retorno da primeira missão na Frísia. Acolhido como hóspede, mesmo não
sendo conhecido, foi levado para o refeitório no momento em que Gregório lia
uma bela página do Evangelho em latim.
Bonifácio se aproximou dele assim que
terminou a leitura e cumprimentou-o, mas pediu que ele explicasse o que acabara
de ler. Gregório tentou repetir a leitura, mas Bonifácio pediu que o jovem
explicasse no seu próprio idioma. Embora lesse muito bem o latim, o rapaz não
compreendia o que o texto dizia. "Deixe-me explicar para todos os
presentes", disse o monge. Com tal clareza ele explicou o texto latino,
com tamanha profundidade comentou-o e de maneira tão convincente, que deixou
todos os ouvintes encantados.
Gregório foi o mais tocado, a ponto de não
querer separar-se do monge que ninguém sabia de onde era. Adélia permitiu que o
neto partisse com Bonifácio, confiando na sua intuição e na Providência Divina.
Muitos anos depois, Gregório tornou-se o Bispo de Utrecht e foi um dos melhores
discípulos de São Bonifácio, o "apóstolo da Germânia".
Adélia morreu pouco tempo depois no mês de
dezembro de 734, e foi sepultada no Mosteiro de Pfalzel.
Em
1802, o sepulcro foi aberto: a arca com as relíquias foi levada para a igreja
paroquial de São Martinho e foi aberta novamente em 1868. Foi encontrado ali
somente uma cópia do testamento de Santa Adélia e uma ata de 1802. A placa de
chumbo da transladação de 1207 e a cobertura original do túmulo retornaram no
mesmo ano ao altar mor, enquanto a cabeça e os ossos da santa foram descobertos
sob o mesmo altar em 1933.
O culto de Santa Adélia de Pfalzel foi
autorizado pela Igreja. São duas as celebrações em dezembro: no dia 18, com uma
festa local; no dia 24, junto com Santa Hermínia.
Etimologia:
Adela (ou Adélia) abreviação de
Adelaide, do alemão Adelheid:
“semblante, porte (heid) distinto,
fidalgo (adel). Ou de “linhagem nobre”.
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