Este ano o Advento
começou no domingo 29 de novembro. Este tempo se inicia quatro domingos antes
do Santo Natal e se prolonga até a tarde do dia 24 de dezembro, em que começa
propriamente o Tempo de Natal. O tempo do Advento tem uma duração de quatro
semanas, e é dividido em dois períodos:
1º) desde o primeiro domingo do Advento até o dia 16 de
dezembro, a Igreja nos orienta na esperança da vinda gloriosa de Cristo em
todos os seus aspectos: sua vinda no fim dos tempos, sua vinda agora, a cada
dia, e sua vinda há dois mil anos.
2º) desde o dia 16 até 24 de dezembro, inclusive, (Novena de
Natal) somos orientados mais diretamente à preparação do Natal. Somos
convidados a viver com mais alegria, porque estamos próximos do cumprimento do
que Deus prometera. Os Evangelhos destes dias nos preparam diretamente para o Nascimento
de Jesus.
Com a intenção de tornar sensível esta
dupla preparação de espera, a liturgia suprime durante o Advento uma série de
elementos festivos. É uma maneira de expressar que enquanto dura o nosso
peregrinar na terra nos falta algo para que nossa alegria seja completa. Quando
o Senhor se fizer presente no meio do seu povo a Igreja terá chegado à sua
festa pela solenidade do Natal.
Nestas quatro semanas, de domingo a
domingo, nós vamos nos preparando para a vinda do Senhor.
1º. Domingo: A
vigilância na espera da vinda do Senhor. Há um convite nas palavras do
Evangelho: “Vigiai, e estai preparados, porque não sabeis a que hora virá o
Filho do homem” (Mt. 24, 42 – 44). “Por que dormis? Levantai-vos e orai, para
que não entreis em tentação” (Lc. 22, 46). É importante que revisemos nossas
relações familiares e as coloquemos em consonância com os ensinamentos da Santa
Igreja. Em família, acendamos a primeira vela da Coroa do Advento como sinal de
vigilância e desejo de conversão.
2º.
Domingo: A conversão, nota predominante
da pregação de São João Batista: “Fazei penitência, porque está próximo o
reino dos céus. Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as suas veredas” (Mt.
3, 2,3). Qual poderia ser a melhor maneira de preparar esse caminho que busca a
reconciliação com Deus? Na semana anterior nos reconciliamos com as pessoas que
nos rodeiam; no passo seguinte, a Igreja nos convida a acudir ao Sacramento da
Confissão que nos devolve a amizade com Deus, que perdemos pelo pecado.
Acendamos a segunda vela da Coroa do Advento como sinal do processo de
conversão que estamos vivendo.
3º. Domingo: O ‘sim'
de Maria Santíssima. Não é por acaso que nós comemoramos o tempo do Advento
no mesmo período da Festa da Imaculada Conceição: "se, de um lado, é o Pai
que domina o tempo do Advento pela promessa de paz e de felicidade"
enviando seu Filho para nossa salvação, "do outro, o grande acontecimento
da Encarnação do Verbo só se realiza pela disponibilidade da Virgem Maria. O
‘sim' de Maria inaugura a nova humanidade, que tem amor e estima pela vontade
de Deus: ‘Faça-se em mim segundo a vossa palavra'".
Vivamos esta terceira semana do Advento meditando sobre o
papel que a Virgem Maria desempenhou. Propomos fomentar a devoção à Maria
rezando o Terço em família. Acendemos como sinal de esperança gozosa a terceira
vela da Coroa do Advento.
4º. Domingo: O
anúncio do Nascimento de Jesus feito a José e a Maria. “Eis que um anjo do
Senhor lhe apareceu em sonho, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber
Maria como sua esposa, porque o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo”
(Mt. 1, 20). “Aprendamos de Maria a aceitar a Cristo que é a Luz do Mundo”. Já está tão próximo o Natal! Nós nos
reconciliamos com Deus e com nossos irmãos, agora nos resta somente esperar a
grande festa. Acendamos a quarta vela da Coroa do Advento.
A seguir, o sublime canto gregoriano de
preparação para o Natal. Sua tradução pode ser usada como oração nos dias do
Tempo do Advento. É uma sugestão...
RORATE
CAELI (Derramai, ó Céus)
Rorate
Caeli desúper et nubes plúant justum
Ne
irascáris Dómine, ne ultra memíneris iniquitátis
Ecce
cívitas Sancti facta est deserta
Sion
desérta facta est, Jerúsalem desoláta est.
Domus
sanctificatiónis tuae et gloriae tuae
Ubi
laudavérunt Te patres nostri.
Rorate
Caeli desúper et nubes plúant justum.
Peccávimus
et facti sumus tamquam immúndus nos,
Et
cecídimus quasi fólium univérsi
Et
iniquitátes nostrae quasi ventus abstulérunt nos
Abscondísti
fáciem tuam a nobis
Et
allisísti nos in mánu iniquitátis nostrae.
Víde,
Dómine, afflictiónem pópuli tui
Et
mitte quem missúrus es
Emítte
Agnum dominatórem terrae
De
pétra desérti ad montem fíliae Sion
Ut
áuferat ipse jugum captivitátis nostrae.
Consolámini,
consolámini, pópule meus
Cito
véniet salus tua
Quare
moeróre consúmeris, quia innovávit te dolor?
Salvábo
te, noli timére
Ego
énim sum Dóminus Deus túus Sánctus Israël, Redémptor túus.
Rorate
Caeli desúper et nubes plúant justum.
RORATE
CAELI (tradução)
Derramai, ó céus, o vosso
orvalho do alto, e as nuvens chovam o Justo.
Não vos ireis, Senhor,
nem vos lembreis da iniquidade.
Eis que a cidade do
Santuário ficou deserta:
Sião tornou-se deserta;
Jerusalém está desolada.
A casa da vossa
santificação e da vossa glória,
Onde os nossos pais vos
louvaram.
Derramai, ó céus, o vosso
orvalho do alto, e as nuvens chovam o Justo.
Pecamos e nos tornamos
como os imundos,
E caímos, todos, como
folhas
E as nossas iniquidades,
como um vento, nos dispersaram.
Escondestes de nós o
vosso rosto
E nos esmagastes pela mão
das nossas iniquidades.
Derramai, ó céus, o vosso
orvalho do alto, e as nuvens chovam o Justo.
Olhai, ó Senhor, para a
aflição do vosso povo,
E enviai Aquele que
estais para enviar!
Enviai o Cordeiro
dominador da terra
Da pedra do deserto ao
monte da filha de Sião
Para que Ele retire o
jugo do nosso cativeiro.
Derramai, ó céus, o vosso
orvalho do alto, e as nuvens chovam o Justo.
Consola-te, consola-te,
povo meu,
Em breve há de vir a tua
salvação!
Por que te consomes na
tristeza, se a dor te renovou?
Eu te salvarei, não
tenhas medo!
Porque Eu sou o Senhor,
teu Deus, o Santo de Israel, o teu Redentor.
Derramai, ó céus, o vosso
orvalho do alto, e as nuvens chovam o Justo.
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