A
pequena cidade de Scopa (Itália) venera como padroeira esta santa, cujas relíquias são
autenticadas com um certificado que declarava a sua recuperação da Catacumba de
Priscila em 1750. Estas relíquias chegaram à paróquia, a igreja-mãe de todas as
comunidades do Val Grande, por meio dos irmãos João Antônio e Pedro Antônio
Pianazzi, cuja família havia emigrado há algumas gerações para Roma.
A
data da chegada das relíquias é 1755, conforme relatado na inscrição de uma
placa no altar da santa e foram colocadas na capela de São Marcos; como
evidenciado por Lana, ainda em 1840, seus ossos eram visíveis dentro de uma
pequena urna de madeira sobre o altar.
Apenas em 1880, pela sensibilidade do Pe.
José Canziani, eles foram juntados em uma figura de cera coberta com um vestido
feito pelas jovens da aldeia, e colocados em uma urna maior. Ao mesmo tempo foi-lhes
concedido o altar que desde então foi dedicado a Amonísia.
Sobre a presença desta alegada mártir,
invocada em Scopa como protetora contra as enchentes do Sesia, que flui não
muito longe da igreja, é preciso lembrar o violento protesto organizado por um
grupo de líderes locais da maçonaria por ocasião das celebrações solenes
organizadas para inaugurar as obras descritas acima. A acusação contra o clero
da paróquia era de ter criado um novo objeto de superstição, promovendo o culto
a uma santa inexistente para o lucro monetário resultante das inúmeras ofertas
concedidas para a cobertura das despesas.
O episódio se insere em um clima de anticlericalismo
generalizado, mais ou menos manifesto, presente na região do final do século
XIX até a Primeira Guerra Mundial, e que os párocos locais tentaram combater revivendo
vários itens de devoção: a devoção mariana, a adoração Eucarística e a
veneração de santos locais, respondendo às provocações por meio de
manifestações concretas da fé, como as peregrinações, procissões e a publicação
de textos devocionais.
Sobre o corpo de Amonísia se ocupou
brevemente o Pe. Antônio Ferrua, solicitado em 1987 pelo pároco local para
obter mais notícias sobre a suposta mártir. A pesquisa realizada pelo padre
jesuíta permitiu que se retornasse ao que muito provavelmente é o epitáfio
original do fechamento do nicho do qual foi extraído o corpo enviado em seguida
para Scopa.
O texto, publicado por Ferrua na edição
crítica, informa o nome original da falecida: Artemísia, modificado por razões
de culto em Amonísia, na inscrição, de fato, se lê: III - NON - MAR - ARTEMISIA
– IN PACE. Na mesma superfície aparecem também seis monogramas constantinianos
e uma palma, interpretados, de forma semelhante ao alegado "vaso de sangue"
visível na urna, como o sinal certo do martírio, que entretanto não tem
qualquer menção no texto.
A partir de 1880, a devoção a Amonísia
aumentou notavelmente na população de Scopa, que a partir daquele ano dedicou
oficialmente uma festa anual à santa. Inicialmente, ela era comemorada no
primeiro domingo de março, foi depois antecipada para o primeiro domingo de
fevereiro para permitir a participação dos migrantes que voltavam no outono, e
partiam novamente na primavera.
Ainda hoje, nesta ocasião, a urna é levada
em procissão pelas ruas da cidade.
Fonte: www.santiebeati/it
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