A agonia do Patrono da
Boa Morte
Este conjunto escultural interpreta
muito bem a morte de São José, no transe de quem já está agonizando. Ele sofre
as dores da morte, mas numa atitude de quem sabe que se encontra assistido pela
Santíssima Virgem e por Nosso Senhor. São José tem conhecimento de que está
tendo contato com o próprio Deus e com sua virginal esposa e a noção de que
isso já é o Céu!
São José aparenta deixar sua alma aberta
para ouvir o que Eles dizem. Mas só pode prestar meia atenção devido à extrema
dor – propriamente uma agonia. Entretanto, nota-se que ele está tranquilo e
recebendo graças e correspondendo a elas.
Observem a atitude de Nosso Senhor. Ele
fala com o respeito com que se fala a um pai, concedendo a São José a honra de
tocar nEle. Atitude de Mestre, de autoridade, de sabedoria e bondade
fantásticas, mas com algo de respeito de filho para com seu pai. Nosso Senhor
observa em São José o efeito do que Ele diz e, assim, continua falando,
matizando suas palavras de acordo com as reações de seu pai adotivo. Fala com
afeto, com muito cuidado, mas sem apreensão, uma vez que sabe perfeitamente que
São José irá para o Céu.
Quanto à Virgem Santíssima, observem que
Ela se coloca em segundo plano; não fala, conserva a distância que a Virgem
mantém em relação ao seu próprio esposo.
Ela não fala, mas se mostra muito
carinhosa, atenta e participando da dor do esposo castíssimo. A compaixão nEla
aparece mais acentuada do que em Nosso Senhor, porque Ele é o mestre e Ela é a
esposa que acompanha aquela situação.
Plinio Corrêa de
Oliveira
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