sexta-feira, 15 de abril de 2016

Santa Bernadete Soubirous, Vidente de Lourdes - 16 de abril

    
     Bernadete nasceu no dia sete de janeiro de 1844, na cidade de Lourdes, uma região montanhosa da França. Sua família camponesa era numerosa, religiosa e muito pobre. Desde a infância, a pequena tinha  problemas de saúde em consequência da asma. Era analfabeta, mas tinha aprendido a rezar o terço, o que fazia diariamente enquanto cuidava dos afazeres da casa. 
     Numa tarde úmida e fria, enquanto recolhia gravetos que seriam usados no aquecimento de sua casa, Bernadete foi atraída por uma luz radiante: Nossa Senhora a chamava para rezar. Era o dia 11 de fevereiro de 1858.
     Durante vários meses a Virgem Maria lhe apareceu, sempre pedindo que rezasse o terço. Apesar de sua honestidade, a maioria das pessoas não acreditava na aparição, mas Bernadete ficava extasiada, rezando e conversando com Nossa Senhora.
     Bernadete chamava a atenção pela sua modéstia, autenticidade e simplicidade. Compreendeu que tinha sido escolhida como instrumento para a mensagem que a Virgem queria transmitir ao mundo: a conversão, a necessidade de rezar o terço e o amor à sua Imaculada Conceição.
     Na gruta onde a Virgem aparecia, brotou uma fonte de água que jorra até hoje. O lugar tornou-se conhecido e converteu-se num dos maiores santuários marianos do mundo. 
     Bernadete foi submetida a métodos de interrogatórios, constrangimentos e intimidações pelas autoridades civis, que seriam inadmissíveis nos dias de hoje. Não obstante, nunca vacilou em afirmar com toda a convicção a autenticidade das aparições, o que fez até a sua morte.
     Para fugir à curiosidade geral, Bernadete refugiou-se como "pensionista indigente" no hospital das Irmãs da Caridade de Nevers em Lourdes, em 1860. Ali recebe instrução e, em 1862, fez de próprio punho o primeiro relato escrito das aparições (carta abaixo).
     No dia 18 de janeiro de 1862, Mons. Bertrand Sévère Laurence, Bispo de Tarbes, reconheceu pública e oficialmente a realidade do fato das aparições.
     Em julho de 1866, Bernadete iniciou o seu noviciado no Convento de Saint-Gildard e, em 30 de outubro de 1867, fez a profissão de religiosa da Congregação das Irmãs da Caridade de Nevers. Enquanto junto da milagrosa fonte ocorriam os primeiros prodígios e de toda a parte acorriam multidão de devotos, ela só pedia para permanecer escondida e esquecida de todos.
     Na profissão religiosa tinha assumido o nome de Irmã Bernarda, em homenagem a São Bernardo de Claraval, e durante 15 anos de vida conventual suportou em silêncio sofrimentos físicos e morais, como a indiferença das próprias Irmãs, de acordo com o desígnio providencial que priva as almas escolhidas da compreensão e frequentemente também do respeito das almas medíocres. Dedicou-se à enfermagem até ficar imobilizada, em 1878, pela doença que lhe causou a morte.
     Às três horas da tarde do dia 16 de abril de 1879, os olhos que tinham visto Maria Santíssima se fecharam para sempre. Antes de expirar, exclamou emocionada: “Eu vi a Virgem. Sim, a vi, a vi! Que formosa era!  Ainda na agonia ouviram Bernadete dizer “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por mim, pobre pecadora”. Alguns momentos depois, soltou o último suspiro. Tinha pedido orações por si, ainda mesmo depois que falecesse.
     O Papa Pio XI a canonizou em 8 de dezembro de 1933, dia da Imaculada Conceição, designando sua festa para o dia de sua morte. 
     Uma imensa multidão assistiu ao seu funeral no dia 19 de abril de 1879, que foi necessário ser adiado por causa da grande afluência de gente totalmente inesperada.
     O documento mais significativo acerca das aparições e da própria Bernadete, é uma carta datada de 1862, onde Bernadete relata com clareza todo o ocorrido durante as dezoito visões. Somente parte da carta está disponível ao acesso público:
     Eu tinha ido com duas outras meninas na margem do Rio Gave quando ouvi um som de sussurro. Olhei para as árvores e elas estavam paradas e o ruído não era delas. Então eu olhei e vi uma caverna e uma senhora vestindo um lindo vestido branco com um cinto brilhante. No topo de cada pé havia uma rosa pálida da mesma cor das contas do rosário que ela segurava. Eu queria fazer o Sinal da Cruz, mas eu não conseguia e minha mão ficava para baixo. Aí a senhora fez o Sinal da Cruz ela mesma e na segunda tentativa eu consegui fazer o Sinal da Cruz embora minhas mãos tremessem. Então eu comecei a dizer o rosário enquanto ela movia as contas com os dedos sem mover os lábios. Quando eu terminei a Ave-Maria, ela desapareceu.
     Eu perguntei as minhas duas companheiras se elas haviam notado algo e elas responderam que não haviam visto nada. Naturalmente elas queriam saber o que eu estava fazendo e eu disse a elas que tinha visto uma Senhora com um lindo vestido branco, embora eu não soubesse quem era. Disse a eles para não dizer nada sobre o assunto porque iriam dizer que era coisa de criança. Voltei no domingo ao mesmo lugar sentindo que era chamada ali.
     Na terceira vez que fui a Senhora reapareceu e falou comigo e me pediu para retornar todos os próximos 15 dias. Eu disse que viria e então Ela disse para dizer aos padres para fazerem uma capela ali. Ela me disse também para tomar a água da fonte. Eu fui ao rio que era a única água que podia ver. Ela me fez realizar que não falava do Rio Gave e sim de um pequeno fio d’água perto da caverna. Eu coloquei minhas mãos em concha e tentei pegar um pouco do liquido sem sucesso. Aí comecei a cavar com as mãos o chão para encontrar mais água e na quarta tentativa encontrei água suficiente para beber. A senhora desapareceu e fui para casa.
     Voltei todos os dias durante 15 dias e cada vez, exceto em uma segunda e uma sexta, a Senhora apareceu e disse-me para olhar para a fonte e lavar-me nela e ver se os padres poderiam fazer uma capela ali. Disse ainda que eu deveria orar pela conversão dos pecadores. Perguntei a Ela, várias vezes, o que queria dizer com isto, mas ela somente sorria. Uma vez finalmente, com os braços para frente, Ela olhou para o céu e disse-me que era a Imaculada Conceição. Durante 15 dias Ela me disse três segredos que não era para revelar a ninguém e até hoje não os revelei.
 
     Desde 1858 até hoje, contínuas multidões se têm reunido em Lourdes, às vezes presididas por Papas ou seus Legados, e muito mais frequentemente por Bispos e Cardeais. Os milagres de curas são estudados com todo o rigor e só reconhecidos quando de todo certos. Mais numerosas são as curas de almas, embora mais difíceis de contar. 

Fontes: Lourdes e suas aparições – ‘Santos de cada dia’, Pe. José Leite, S.J. 3ª. Edição.
http://coisasdesantos.blogspot.com.br/2015_03_22_archive.html

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