Maria
Dolorosa (Lenneke Mare, Ellendige Marie, Marie la Misérable) era uma jovem que
viveu na segunda metade do século XIII no ducado de Brabante, na Bélgica. Ela
escolheu viver como uma reclusa na pequena igreja de Santa Maria, na sua aldeia
de Woluwe-Saint-Pierre. Um jovem que foi rejeitado porque ela tinha consagrado
a sua virgindade a Deus, a acusou de roubo. Maria foi então condenada à morte
com a pena destinada aos ladrões: ela foi enterrada viva e empalada com um pau
afiado. Seu corpo foi inicialmente sepultado na igreja de Santa Maria e, em
seguida, transferido para a igreja paroquial de São Pedro de Woluwe, onde Maria
ainda goza de culto local.
Uma jovem reclusa
Na segunda metade do século XIII, na
cidade de Woluwe, na Bélgica, não muito longe de Bruxelas, nasceu uma menina
chamada Maria. Sua família era muito humilde, mas muito religiosa. Em tenra
idade ela decidiu dedicar-se inteiramente a Deus, vivendo na pobreza e
permanecendo virgem. Ela escolheu como sua morada a igreja de Santa Maria, onde
assumiu o estilo de vida das reclusas: na prática, quase nunca saía dali, a não
ser para ir em busca de esmolas.
Uma acusação injusta
Um jovem do local se apaixonou por ela, mas
teve de lidar com a sua recusa: ela se dedicara a Deus, ela não podia
entregar-se a um homem. Ofendido por esta recusa, ele decidiu fazê-la sua com
uma chantagem.
Ele escondeu um cálice de prata no cesto que
Maria usava para coletar suas esmolas, roubado de um de seus benfeitores. Em
seguida, ele a ameaçou: ele a denunciaria por roubo, a não ser, é claro, que
ela mudasse de ideia. Em resposta, a jovem o rejeita mais uma vez.
Nesse ponto, o homem não tinha escolha:
ele a acusou de roubo ao prefeito e foi tão insistente, que as autoridades
civis, embora Maria fosse cercada da estima de toda cidade, levaram-na para a prisão.
Quando questionada, ela respondeu
candidamente que o acusador tinha encontrado o cálice na cesta, mas ela não
sabia quem o tinha colocado lá. Visto que o acusador continuou a insistir na
culpa de Maria, o juiz condenou-a à morte
A oração de Maria Dolorosa
Durante a noite, a jovem foi puxada para
fora da prisão e levada para fora da cidade. Quando passou perto da igreja de
Santa Maria, onde viveu tantos anos de oração e esmolas, ela pediu para parar
por um momento para rezar.
Sua biografia mostra o conteúdo daquela
oração e as intenções que a animavam. Primeiro, ela pediu a Nosso Senhor e a
Nossa Senhora para sustentá-la na sua imensa dor: é por isso que, popularmente,
foi apelidada de "Maria Dolorosa”. Em seguida, rezou por todos aqueles
que, como ela, viviam algum tipo de sofrimento. Ela implorou o perdão de Deus
para seu pretendente e acusador e, finalmente, rezou por todos aqueles que, passando
naquele lugar, se lembrassem dela.
O martírio
Finalmente chegou ao local de sua morte,
ou melhor, do suplício típico dos condenados por roubo. Enquanto muitas pessoas
choravam para ela, Maria foi enterrada viva. Imediatamente depois, enquanto
provavelmente ainda respirava, foi perfurada com um pau afiado, empurrado mais
e mais profundamente por três homens, que se sucediam nessa obra. Era o dia 18
de junho de 1290.
Algumas horas mais tarde, o jovem que a
tinha acusado começou a se contorcer e uivar: eram os sintomas de uma possessão
demoníaca. Só depois de sete anos, após várias peregrinações sem sucesso, ele
foi libertado quando foi levado ao túmulo de Maria na igreja onde ela tinha
vivido. O corpo de Maria mais tarde foi transferido para a igreja paroquial de
São Pedro de Woluwe.
O culto
Pouco
tempo depois de sua morte, uma Vita
foi escrita em latim, aceita pelos estudiosos Henskens e Papebroch na
"Acta Sanctorum" do mês de junho. Em 1363, em Avignon, doze bispos
aprovaram a concessão de uma indulgência à igreja de Santa Maria, onde na época
a reclusa ainda estava enterrada.
Maria Dolorosa ainda é lembrada, embora em
um âmbito local muito restrito, e tradicionalmente lhe é atribuído o título de beata.
Fonte: www.santiebeati/it - Autor: Emília Flocchini
Boa noite.
ResponderExcluirNão poderia desfrutar de tão belo trabalho sem agradecer e elogiar a pessoa que o realiza. Certa vez li que Santa Teresa de Lisieux recomendava que a gente lesse a vida dos santos para aprender com eles. Sempre tive interessante, mas não sabia onde encontrar biografias confiáveis. E então encontrei o seu blog. Textos interessantes acompanhado de belas imagens dessas honradas mulheres. Um trabalho realmente monumental. Apesar do tempo corrido, sempre reservo o fim de semana para ler um pouco. Continue com esse belo trabalho e, se de alguma forma puder ajudar, sentir-me-ia muito honrado.
Obrigado e fique com Deus.
Sr. Heitor, agrademos seus comentários. A real finalidade deste blog é tornar conhecidas mulheres católicas heroicas e ficamos contentes que nosso trabalho seja útil àqueles que o conhecem. Que Santa Teresinha de Lisieux abençoe todos os que leem e aprendem com nosso humilde trabalho! Reze por nós!
ResponderExcluir