Beatriz, quarta
filha de Felipe de Suabia e de Irene Angelo, bem como neta do imperador Frederico
Barbaroxa, casou-se em 30 de novembro de 1219 com o rei de Castela e Leão, São
Fernando III. Assim, ela foi mãe do futuro soberano Alfonso X e de nove filhos:
Fradique, Fernando, Henrique, Felipe, Sancho, Manuel, Leonor, Berengária e Maria.
Ela fazia parte da Ordem de Santa Maria das Mercês; preferindo a glória celeste
aos bens terrenos, foi recompensada por Deus com uma coroa especial: a aureola
de santidade. Os seus restos repousam na Catedral de Sevilha junto ao marido.
Ela recebeu o título de "Beata" e, como tal, é comemorado no dia 5 de
novembro.
É bem notável que nos dois mil anos de Cristianismo
os santos que sempre gozaram de maior popularidade têm sido predominantemente
os religiosos de todas as ordens e graus, e os mártires dos primeiros séculos.
Em segundo plano, estão todas as figuras exemplares de esposos que na vida
conjugal tentaram atuar na chamada Igreja doméstica, a Esposa de Cristo Nosso
Senhor.
Muitos dos casais que receberam culto
público são soberanos das nações europeias, mas, infelizmente, muitas vezes e
de bom grado é dada maior popularidade para o marido, como nos casos de Carlo
Magno e Ildegarda, Estêvão e Gisela da Hungria, Etelberto e Berta de Kent.
O caso de uma santa esposa um pouco negligenciada
é o da Rainha Beatriz da Suabia. Na verdade, poucas são as informações da curta
vida terrena desta nobre mulher.
Ela nasceu na Alemanha por volta de 1200, na
grande família Hohenstaufen, a quarta filha de Felipe de Suécia (1180-1208),
Duque da Suabia e de Irene Angelo de Constantinopla. Felipe, por sua vez, era
filho de Frederico I Barbaroxa (1122-1190), Imperador da Alemanha. Nas veias de
Beatriz, portanto, fluía o sangue imperial puro, digno do título de "Sua
Alteza Imperial".
Uma das poucas datas certas em sua vida
parece ser o dia 30 de novembro de 1219, dia do seu casamento com o rei
Fernando III de Castela e Leão, muito mais famoso do que ela, já que sua
memória está ligada à Reconquista da Península Ibérica ao Cristianismo. Desta
feliz união nasceu o futuro soberano Alfonso X e outros nove filhos: Fradique,
Fernando, Henrique, Felipe, Sancho, Manuel, Leonor, Berengária e Maria.
A Rainha Beatriz fazia parte da Ordem de
Santa Maria das Mercês, fundada na Espanha por São Pedro Nolasco onde é
particularmente difundida. Ela pertencia à Ordem como terciária, enquanto uma
mulher casada. Então, preferindo a glória celestial aos bens terrenos, Deus a recompensou
com uma coroa especial, aureola da santidade.
Cerca de 1235, ainda em uma idade não
muito avançada, Beatriz faleceu em Tori, perto de Zamona, e seus restos mortais
foram primeiramente sepultados em Huelgas. Tendo enviuvado, Ferdinand III
casou-se em segundas núpcias com Joana de Ponthieu Montreueil, que deu a ele
três filhos: Fernando, Leonor e Luís.
Quando ele morreu em 30 de maio de 1252 e
foi enterrado na Catedral de Sevilha, os restos mortais da amada Beatriz também
foram transladados e colocados ao lado dele, e começaram a ser objeto de veneração
pelos fiéis.
Foi atribuído a ela popularmente o título
de "Beata" e como tal é comemorada no dia 5 de novembro, embora infelizmente
seu culto pareça ser limitado ao nível local e à Ordem dos Mercedários.
Enquanto seu marido foi oficialmente
canonizado em 1671, Beatriz da Suábia continua ainda a espera de uma
confirmação oficial de seu culto. Quanto a iconografia relativa a ela, há uma
especial menção à uma escultura do século XIII no claustro da Catedral de
Sevilha, bem como seu monumento funerário ao lado de São Fernando III.
A Beata ao lado do seu esposo, São Fernando |
São Fernando III
Fernando
nasceu na vila de Valparaíso, em Zamora, Espanha, no dia 1o de agosto de 1198.
Era filho do famoso Afonso IX de Leão, que reinou no século XII. Um rei que
brilhou pelo poder, mas cujo filho o suplantou pela glória e pela fé. A mãe era
Berengária de Castela, que o educou dentro dos preceitos cristãos de amor
incondicional a Deus e obediência total aos mandamentos da Igreja. Assim ele
cresceu, respeitando o ser humano e preparando-se para defender sua terra e seu
Deus.
Assumiu com dezoito anos o trono de
Castela, quando já pertencia à Ordem Terceira Franciscana. Casou-se com Beatriz
da Suábia, filha do rei da Alemanha, uma das princesas mais virtuosas de sua
época, em 1219. O casal foi abençoado com o nascimento de 10 filhos. Viúvo, em
1235, contraiu segundo matrimônio com Joana de Ponthieu, bisneta do rei Luís
VIII, da França. Ao todo teve treze filhos, o filho mais velho foi seu sucessor
e passou para a história como rei Afonso X, o Sábio, e sua filha Eleonor, do
segundo casamento, foi esposa do rei Eduardo I da Inglaterra.
Essas uniões serviram para estabilizar a
casa real de Leão e Castela com a realeza germânica, francesa e inglesa.
Condizente com sua fé, evitou os embates, inclusive os diplomáticos, e aplacou
revoltas só com sua presença e palavra, preferindo ceder em alguns pontos a
recorrer à guerra.
Sob seu reinado foram mudados os códigos
civis, ficando mais brandos sob a tutela do Supremo Conselho de Castela,
instituiu o castelhano como língua oficial e única, fundou a famosa
Universidade de Salamanca e libertou sua nação do domínio dos árabes
muçulmanos. Abrindo mão do tempo desperdiçado com novas conquistas, utilizava-o
para fundar novas dioceses, erguer novas catedrais, igrejas, conventos e hospitais,
sem recorrer a novos impostos, como dizem os registros e a história.
Em
1225, teve que pegar em armas contra os invasores árabes, mas levou em sua
companhia o Arcebispo de Toledo, para que ajudasse a perseverar os soldados na
fé. Queria, com a campanha militar, apenas reconquistar seus domínios e
propagar o Catolicismo. Vencida a batalha, com a expulsão dos muçulmanos, os
despojos de guerra foram utilizados para a construção da belíssima Catedral de
Toledo. Durante seu reinado, cidades inteiras foram doadas às ordens religiosas.
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