Martina
foi martirizada em 226 de acordo com alguns relatos ou, mais provavelmente, em
228, já durante o pontificado do Papa Urbano I, segundo outros.
Filha de um ex-cônsul e órfã desde muito
jovem, Martina testemunhou tão abertamente sua fé cristã que não conseguiu
escapar das perseguições da época de Alexandre (Severo 222-235). Presa, recebeu
ordens de prestar homenagens aos deuses romanos, o que ela se recusou a fazer.
Segundo uma legenda de Santa Martina, após inúmeras torturas, como ela
se recusava a prestar culto aos deuses pagãos, Alexandre ordenou que ela fosse
levada ao anfiteatro a fim de ser exposta às feras, mas um leão, que lá foi
deixado para devorá-la, veio deitar-se aos seus pés e começou a lamber suas
feridas. Mas enquanto o levavam de volta à sua cova, o grande leão
lançou-se sobre um conselheiro de Alexandre, devorando-o. Reconduzida à prisão,
Martina foi ainda uma segunda vez levada ao templo de Diana e, como se
recusasse a sacrificar aos ídolos, novamente foi o seu pobre corpo dilacerado.
- "Martina, disse-lhe um dos carrascos, reconheça Diana como deusa e você
será libertada”. - “Eu sou cristã e eu confesso Jesus Cristo".
Martina permaneceu todo esse tempo sem
nada comer ou beber, cantando continuamente os louvores de Deus. Sem saber mais
o que fazer, Alexandre ordenou que lhe cortassem a cabeça. O corpo de Martina
permaneceu vários dias exposto em praça pública, protegido por duas águias que
ficaram ao seu lado até o momento em que um certo Ritorius pôde lhe dar uma
sepultura digna.
Segundo alguns, no século VII existia em
Roma uma capela consagrada a Santa Martina, à qual os peregrinos visitavam com
grande devoção.
As relíquias de Martina foram descobertas
em 25 de outubro de 1634, em uma abóbada em ruínas, pelo pintor e arquiteto
Pietro de Cortona durante a reforma da antiga igreja de Santi Luca e Martina,
situada perto da Prisão Mamertina e dedicada a ela. O Papa Urbano VIII então
ordenou que a igreja fosse reformada e foram compostos hinos de Santa Martina
para o breviário, os quais deveriam, a partir daí, serem cantados nos cultos em
homenagem à santa.
A cidade de Roma a considera uma de suas
padroeiras particulares. Sua festa é comemorada em 30 de janeiro.
Igreja de Santa Martina
No início do período moderno acreditava-se
que a Igreja de Santa Martina havia funcionado como o antigo Secretariado do
Senado Romano para o Senado da Cúria (também conhecido como Julia Cúria),
localizado no local que se tornou, no século VII, a Igreja de Santo Adriano.
Naquela época acreditava-se que a Igreja de Santa Martina havia sido construída
sobre as ruinas do Templo de Marte edificado pelo Imperador Augusto (27 a.C. –
14 d.C.)
Este local foi identificado como um bom espaço
para as relíquias de Santa Martina, porque o nome da santa soava como que
derivando de Mars, no latim Mars, Martis; ou no italiano, Marte. Uma inscrição
ainda existente no local em 1600, e com frequência reproduzida, celebra esta
associação: “Martyrii gestans virgo Martina coronam / Eiecto hinc
Martis numine, temala tener” (Martina, virgem mártir, vestindo a coroa / Marte
expulso do poder. Em tradução livre.).
Há informações conflitantes acerca de
quando as relíquias da santa foram transferidas para a igreja e quando a igreja
foi consagrada: se foi pelo Papa Silvestre I, durante o tempo do primeiro
imperador cristão, Constantino o Grande (307-333); ou pelo Papa Alexandre IV (1254-1261)
em 1256, por ocasião da nova consagração do local.
A primeira alternativa abona a antiguidade
da igreja. Além disso, esta identificação prestigiosa ligava a igreja à
fundação da Cristandade, um período definindo Roma como a cidade papal. Tal
conexão colocava a Igreja de Santa Martina dentro da orbita papal e, mais
importante, ligava-a ao prestígio dos locais constantinianos.
Fontes:
Pe.
Giry, Vida dos Santos, pgs. 62-64
Um belo registro! Parabéns! Continue com esta iniciativa, sobretudo no que concerne à biografias de santos. Elas lhe renderão grande proveito espiritual um dia !
ResponderExcluirBelissima historia,um testemunho de uma filha fiel a igreja e a Deus.
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