Madre
Patrocínio, grande mística da Ordem da Imaculada Conceição, foi fundadora de
inúmeros Mosteiros Concepcionistas.
Durante a sua vida, a Madre Patrocínio experimentou
inúmeras perseguições, foi julgada, processada e condenada, foi desterrada
de sua Amada Espanha. Em todas as tribulações, destacou-se por suas virtudes,
especialmente sua paciência.
Grande contemplativa da Paixão de Cristo,
foi a ela configurada, recebendo os Estigmas de Nosso Senhor. Devotíssima
da Mãe de Deus, que lhe agraciou com inúmeras aparições, especialmente a Grande
Aparição de Nossa Senhora do Olvido, Triunfo e Misericórdias.
“Minhas amadíssimas filhas, olhai a
Virgem, nossa Mãe e Prelada, nosso consolo, nosso amor, nossa Puríssima Mãe,
como filhas de seu primeiro Mistério e por isso combatidas. Ânimo, pois, filhas
queridíssimas, subamos ao Calvário e ali, seremos protegidas por nosso
fidelíssimo Esposo e sua Mãe Virgem”.
Madre Maria das Dores e Patrocínio, cujo
nome civil era Maria de los Dolores Josefa Anastasia Quiroga y Capopardo,
nasceu no dia 27 de abril de 1811 em São Clemente (Cuenca), na Espanha. Era
filha de Diego Quiroga y Valcárcel, e de Dolores Capodardo del Castillo, ambos
de ilustre linhagem.
Enamorada por Nosso Senhor e pela
Santíssima Virgem, ingressou aos dezoito anos, em Madri, na Ordem da Imaculada
Conceição fundada por Santa Beatriz da Silva, no convento madrilenho de
Caballero de Gracia, em 20 de janeiro de 1830 com o nome religioso de Patrocínio
de Maria, normalmente chamada de Soror Patrocínio. Quando este convento foi fechado,
as religiosas passaram a ocupar o convento de Jesus Nazareno, onde Irmã
Patrocínio foi nomeada mestra de noviças (1845). Eleita abadessa em 7 de
fevereiro de 1849, desempenhou o cargo durante 42 anos, até a morte, em
diversas comunidades.
A partir de 1856, inicia em Torrelaguna
sua obra de reformadora e fundadora de novos conventos; quando faleceu, mais de
19 eram os conventos reformados ou fundados; característica da obra de Madre
Patrocínio foi não apenas a restauração da vida e observância primitivas, mas
também a abertura de escolas para meninas pobres em cada convento.
Madre Patrocínio foi uma mulher
extraordinária, não só por sua beleza física e por sua inteligência, mas
sobretudo por sua vida de santidade. Testemunhas oculares de diversas
categorias depõem em favor de suas revelações, de seus êxtases, de seus
milagres e especialmente de seus cinco estigmas extraordinários que fizeram com
que ela passasse para a história como “a monja das chagas”.
Entretanto, o que fez de Madre Patrocínio
um dos personagens mais célebres e discutidos de todo o século XIX foi o fato
de ver-se envolvida na vida política do tempo. Certamente ela manteve relações
estreitas e confidenciais com Isabel II e seu esposo D. Francisco, cujo casamento
havia anteriormente predito e favorecido, e com todos os membros da família
real; ela com o Padre Claret (Santo Antonio Maria Claret) e a Madre Micaela do
Santíssimo Sacramento (ela também canonizada) foram as pessoas mais chegadas às
régias interioridades.
Mas Madre Patrocínio realmente se
aproveitava da situação para fazer e desfazer ministérios, apoias pretensões
dinásticas, distribuir postos políticos etc.? Acreditamos que nem exerceu nem
quis exercer semelhante predomínio político; se algum interesse teve em suas
amizades reais, e isto fez, foi em favor de suas fundações e reformas e alguma
vez, em assuntos mais gerais da Igreja, como, por exemplo, quando recomendou Frei
Cirilo Alameda y Brea para o cargo que ocupou, ou quando insistia com a rainha
sobre a conveniência de pedir ao papa que nomeasse ao menos três cardeais espanhóis,
num momento em que não havia nenhum, e anos mais tarde a Espanha já contava
efetivamente com cinco,
Entretanto a “monja das chagas” não pode
livrar-se das críticas malignas de maçons, liberais, progressistas e todos os
que em dado momento se sentiam frustrados em suas ambições políticas. Madre Patrocínio
era culpada, segundo eles, e por isto era caluniada, perseguida, desterrada: Talavera
(1837), Badajoz (1849) por Narváez, por acreditar que ela estava envolvida na
queda de seu Ministério Relâmpago; para Roma, porém não chega (1852), por Bravo
Murillo por supor ser ela responsável pelo atentado de Merino contra sua amiga a
Rainha Isabel; para Baeza e Benavente (1855) por considera-la favorável à causa
carlista; e, finalmente, para a França (1868) escapando da revolução de setembro.
Com razão ela foi definida “campeã de desterrados”.
Em trajes civis durante um desterro |
Madre Patrocínio recebeu de Deus muitas
graças extraordinárias, mas destacamos sua vida como exemplo de paciência.
Durante toda sua vida foi duramente provada, inclusive pela rejeição e
perseguição de sua própria mãe terrena.
Chamada a grande união com Deus, foi
configurada com a Paixão de Cristo. Durante mais de sessenta anos trouxe os
estigmas da Paixão de Nosso Senhor, nas mãos, nos pés, e no lado; assim como na
cabeça, com os sinais da coroa de espinhos.
Durante uma Aparição, recebeu a imagem
milagrosa da Santíssima Virgem do Olvido, Triunfo e Misericórdias. Ela foi seu
consolo durante toda sua vida, e durante tantas perseguições.
Morreu, cheia de méritos, aos oitenta anos
de idade, e sessenta e dois de vida religiosa, em 27 de janeiro de 1891,
em Guadalajara, na Espanha. Seus restos mortais descansam, em um magnífico sepulcro,
na Igreja do Convento das Concepcionistas da mesma cidade. Seu processo de
beatificação está andamento (19-7-1907) e seus escritos foram (18-6-1930).
Relato da Aparição à Madre Patrocínio
No dia 13 de agosto de 1831, das cinco às
seis da tarde, estando a comunidade do convento de Caballero de Gracia (em
Madri, na Espanha) em oração, apareceu a Santíssima Virgem à Irmã Maria
das Dores e Patrocínio, religiosa deste convento, em um trono de nuvens
resplandecentes, cercada por querubins e inumeráveis anjos que louvavam e
bendiziam a celestial Rainha com dulcíssimos cantos. Em meio a aparição se
destacava, brilhantíssimo o Príncipe da Milícia Celeste, São Miguel Arcanjo,
com uma lindíssima imagem da Senhora divina nas mãos, chamada Nossa Senhora do
Olvido, Triunfo e Misericórdias.
O Arcanjo ao lhe apresentar imagem à Serva
de Deus, a dulcíssima Mãe lhe disse que “aquela divina Imagem seria
enriquecida com muitas graças e privilégios para seus verdadeiros devotos: que
cuidasse de seu culto”.
Na noite do dia seguinte, depois das
Matinas voltou a se repetir a aparição. A Serva de Deus clamava ao céu, pedindo
remédio para os infinitos males que tanto a Santa Igreja como a Espanha
sofriam, e falando com o Senhor, dizia: “Esposo meu, para quando são tuas
misericórdias? – Pede, esposa minha, respondeu-lhe Jesus, o quanto pedis, serei
liberal em conceder-lhe”.
– “E, morrendo de dor, disse a Madre
Patrocínio, minhas angústias cresciam sobremaneira, e disse-me meu doce Esposo:
“Minha pomba, meu amor não pode ver-te aflita; aqui tens Minha Mãe que sempre
será tua guia, consolo e amparo”.
Manifestando-se de novo a benditíssima
Virgem com esta preciosíssima, poderosíssima e invicta imagem como soberana e
divina Rainha: “Filha minha, porque se contrista teu coração, se todas as
misericórdias e tesouros de Meu Filho vou colocar em tuas mãos, por meio desta
soberana Imagem?...
– “Senhora e Rainha minha, não vês a
Espanha, não vês os males que nos afligem?”
– “Minha filha, vejo-os; mas não pode
ser meu amor mais benéfico com os mortais. Eles se olvidam [esquecem] de Mim e
retiram as Misericórdias; e por isto, a esta Imagem lhe darás o título
misterioso do Olvido para lhes dar a entender que me olvidaram; mas Eu, que sou
vossa terna e amorosa Mãe, quero colocar diante da vista de todos os mortais
esta Imagem minha porque jamais minhas misericórdias se apartam deles. À tua
solicitude e cuidado deixo o culto e veneração desta Sagrada Imagem minha, com
os títulos de Olvido, Triunfo e Misericórdias. Ela será a consoladora do mundo,
a alma que lançada aos seus pés me pedir qualquer coisa, o meu amor jamais lhe
negará; tu, minha filha, alcançarás a Vitória sobre o poder de satanás e tua
comunidade a perfeição em me servir”.
A Imagem Sagrada |
Todo o ocorrido foi contado aos Prelados e
ao Sumo Pontífice Gregório XVI e Sua Santidade concedeu graças especiais aos
que, em certos dias do ano visitassem o altar da Sagrada Imagem, como consta do
documento autêntico que se guarda no arquivo do convento de Guadalajara.
Promessas da SSma. Virgem à Madre Patrocínio
1ª. Em tuas mãos, vou colocar esta Sagrada
Imagem e com ela todas as misericórdias de Meu Santíssimo Filho.
2ª. Vinculou o Senhor a esta poderosa
Imagem o alívio, consolo e remédio de todos.
3ª. Esta imagem será consolo do mundo e a
alegria da Igreja Católica.
4ª. Todo aflito encontrará em mim, por
meio de Minha Imagem, o consolo.
5ª.
A alma que lançada aos seus pés me pedir alguma coisa, jamais se lhe negará meu
amor.
6ª. Tu, minha filha, alcançarás a vitória
sobre o poder de satanás e tua Comunidade, a perfeição em me servir.
7ª. Não somente os Conventos, senão
qualquer povoação que expuser e venerar a Virgem do Olvido, Triunfo e
Misericórdias se verá livre das calamidades com que seriam provados outros
locais; porque ela será como um para-raios da divina justiça, Arca de Noé e
seguro refúgio para livrar seus devotos das águas do dilúvio”.
8ª. “Não pode ser meu amor mais benéfico
com os mortais. Eles se olvidam de Mim e retiram as Misericórdias; e por isto,
a esta Imagem lhe darás o título misterioso do Olvido para lhes dar a entender
que me olvidaram; mas Eu, que sou vossa terna e amorosa Mãe, quero colocar
diante da vista de todos os mortais esta Imagem minha porque jamais minhas
misericórdias se apartam deles”.
9ª. Por seu meio (= por meio de tal
Imagem, em que a Virgem tem o Menino Jesus em seus braços), meu Filho e eu
receberemos culto.
(do livro “Sor Patrocínio, la Monja de las
llagas”, com aprovação eclesiástica)
Mediante uma Bula, a Santa Sé aprovou dito
culto e título. É venerada atualmente na Igreja del Carmen, das Concepcionistas
Franciscanas de Guadalajara (Espanha).
ORAÇÃO
à Santíssima Virgem do Olvido, Triunfo e Misericórdias
Ó Virgem Sacratíssima, que queres ser
venerada com o título de Olvido, Triunfo e Misericórdias, com promessas
inefáveis àqueles que te invocam, alcançai-nos de teu Filho e Senhor, que
jamais nos olvidemos de Ti, nem d´Ele, que triunfemos constantemente do
dragão infernal e que gozemos das divinas Misericórdias na prosperidade e na
adversidade, na vida e na morte, no tempo e na eternidade. Amém.
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