Maura
e seu esposo, Timóteo, suportaram enormes sofrimentos e torturas por causa
da fé em Cristo durante a perseguição do Imperador Diocleciano (285-305). Timóteo
era de uma aldeia no Egito chamada Perapa, onde seu pai, Pikolpossos, era
sacerdote; foi ordenado entre o clero como leitor da Igreja, onde também foi
o custódio e o copiador dos livros dos Serviços Divinos.
Timóteo foi denunciado como guardião dos
livros cristãos quando o imperador deu ordens para que os livros fossem
confiscados e queimados. Então levaram Timóteo diante do governador Arriano, que
lhe ordenou entregar todos os Livros Sagrados. Timóteo foi submetido a terríveis
torturas por não obedecer à ordem; aguentou a dor com grande valentia e sempre
dando graças a Deus por permitir-lhe tal sofrimento em Seu nome.
Arriano foi então informado que Timóteo tinha
uma jovem esposa chamada Maura, com a qual havia contraído matrimônio uns vinte
dias antes. Arriano procurou por Maura com a esperança de quebrar a vontade de Timóteo,
mas o santo recomendou a sua esposa que não temesse as torturas e que emulasse
seu caminho. Maura lhe respondeu: "Estou
disposta a morrer contigo". Maura confessou sua fé em Cristo e Arriano
ordenou que arrancassem seus cabelos e lhe cortassem os dedos de suas mãos.
Maura sofreu o tormento com alegria e agradeceu
ao governador pela tortura que ela recebia como perdão por seus
pecados. Arriano então ordenou que lançassem Maura em um caldeirão com água fervendo,
mas ela não sentiu nenhuma dor e permaneceu ilesa. Tendo Arriano suspeitado de
que seus funcionários tivessem sentido compaixão por Maura e houvessem enchido o
caldeirão com água fria, pediu que Maura salpicasse sua mão com a água do caldeirão;
quando a mártir fez isto, Arriano gritou de dor com a mão escaldada.
Arriano reconheceu momentaneamente o poder
do milagre e confessou que o Deus em que Maura acreditava era o Deus
verdadeiro, e ordenou a sua libertação. Porém o diabo tinha grande
poder sobre o governador e Arriano insistiu novamente que Maura oferecesse
sacrifícios aos deuses pagãos, sem conseguir convencê-la. Ele foi então possuído
de uma grande ira satânica que o levou a inventar novas torturas.
A população começou a murmurar e a pedir
que não continuassem abusando da mulher inocente, ao que Maura lhes respondeu:
“Que ninguém me defenda! Eu tenho um
só defensor e é Deus, em quem confio".
Finalmente, depois de ambos os
mártires serem torturados por longo tempo, Arriano ordenou que fossem
crucificados; e foram colocados na cruz por dez dias, um de frente ao outro. No
décimo dia de martírio e sofrimentos pela crucifixão os santos ofereceram suas
almas ao Senhor. Isto ocorreu no ano 286.
Barônio introduziu Santa Maura, Virgem e
mártir, no Martirológio Romano no dia 30 de novembro, sem uma explicação
suficiente, porque não se conhece nenhuma virgem mártir com este nome nascida
em Constantinopla.
Nesta cidade, entretanto, pelo menos no
século VI, havia uma igreja, no quarteirão chamado Iustiniane, em honra aos santos mártires Timóteo leitor e sua
esposa Maura. Mas eles haviam sofrido o martírio pela fé na Tebaida, onde o
governador Arriano queria se apoderar dos livros sagrados e fazê-los renegar
Cristo. Como os dois mártires se recusassem a obedecer à sua ordem, o
governador infringiu-lhes diversos tormentos e os condenou finalmente à
crucificação. Os sinassários bizantinos os mencionam no dia 10 de novembro e 3
de maio. Entretanto, pode ser que a confusão do Martirológio Romano tenha
origem em outra fonte.
fonte: www.santiebeati.it
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