Regina
ou Reine, seu nome no idioma natal, viveu no século III, em Alise, na antiga
Gália, França. Seu nascimento foi marcado por uma tragédia familiar, sua mãe
morreu durante o parto. Por essa razão a criança precisou de uma ama de leite,
e providencialmente esta era uma cristã. Foi ela que a inspirou nos caminhos da
verdadeira fé e da virtude. Na adolescência, a própria Regina pediu para
ser batizada, embora o ambiente em sua casa fosse pagão.
A cada dia tornava-se mais piedosa e
crescia a convicção de que queria ser esposa de Cristo. Não aceitava o cortejo
dos rapazes que queriam desposá-la, tanto por sua beleza física como por suas
virtudes exemplares. Ela simplesmente se afastava de todos, preferindo passar a
maior parte do seu tempo reclusa em oração e penitência.
Entretanto, o real martírio de Regina
começou muito cedo e em sua própria casa. O seu pai, um servidor do Império
Romano chamado Olíbrio, exigia que ela reverenciasse os deuses, até que um dia
recebeu a denúncia de que Regina era uma cristã. No início não acreditou, mas resolveu
investigar e quando percebeu que era verdade, denunciou a própria filha ao
imperador Décio, que tentou seduzi-la com promessas vantajosas caso renegasse
Cristo. Constatando que nada conseguiria com a bela jovem, muito menos
demovê-la de sua fé, ele friamente mandou-a para o suplício. Regina sofreu
torturas e foi decapitada.
Seu corpo foi transferido para fora da
cidade de Alise, e uma basílica foi construída sobre seu túmulo. Rapidamente se
desenvolveu um culto em sua honra, resultado de milagres ocorridos por sua
intercessão. Entre os milagres consta a cura de uma criança de nome Heriboldo,
que sofria de uma febre muito forte; um homem de Réome curou-se pela aplicação
de um pedaço de madeira do sarcófago da santa; a cura de um irmão atingido pela
doença da pedra e a cura parcial de um cego.
O culto desta santa foi garantido pela
descoberta, em 1909, do “serviço eucarístico” de Alise. A descoberta consistia
de um conjunto constando de um prato e três cálices que se supõe eram
utilizados para a celebração da Eucaristia. O prato tem a gravura de um peixe
(ichtus) e o nome de “Regina”. O conjunto datado do século IV não deixa dúvidas
quanto à existência da jovem mártir.
A cidade Alise-Sainte-Reine, que se
desenvolveu aos pés do Monte Auxois, a tem por padroeira, e a cada ano os
habitantes organizam a representação de um ‘mistério’ em sua memória e em sua
honra. A tradição é atestada desde 866 e continua ainda hoje. Esta é a mais
antiga celebração de um mistério sem interrupção na França. Em 1271, ela foi
precedida de um busto relicário de prata com as armas da França, de Castela e
da antiga Borgonha.
A Confraria de Santa Regina data de 1544,
criada pelos religiosos de Flavigny e, em 1644, com a reforma dos beneditinos
de Saint-Maur, a peregrinação recebeu uma nova vitalidade, e em 1659 os membros
da Confraria foram dotados pelo Mons. Luís Doni d’Attichy, bispo de Autum, de
40 dias de indulgência.
No século XVI, os monges passavam as
correntes de Santa Regina em torno do pescoço dos peregrinos. Hoje estas
correntes são conservadas na igreja paroquial de Flavigny-sur-Ozerain e
expostas à veneração dos peregrinos no dia de sua festa, 7 de setembro.
Suas relíquias são conservadas na Abadia
de Flavigny-sur-Ozerain desde a metade do século IX. A cripta foi ordenada para
receber o corpo da santa. No século XVII, suas relíquias foram colocadas em um
armário atrás do altar mor e sua exposição acontecia no dia de sua festa.
As semelhanças existentes com a vida de
Santa Margarida da Antioquia levam autores a considerar que a narração da
história de Santa Regina é apócrifa, esta tradição poderia ser a lembrança de
um fato local.
Além de Flavigy-sur-Ozerain e
Alise-Sainte-Reine, há outros locais consagrados a Santa Regina: 1. Voisines,
em Yonne, encontramos a capela de Santa Regina datando de 1827 e construída
pelos habitantes após a realização de um voto feito em uma peregrinação à
Alise-Sainte-Reine; 2. Drensteinfurt, Alemanha; 3. Osnabrück, Vestefália.
oi bom dia onde eu consigo imagem de santa regina
ResponderExcluirInfelizmente não temos esta informação...
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