Da
legenda de Karl Hofer (1929): "Diante da ameaçadora invasão dos hunos, três
princesas fugiram pelas montanhas; inicialmente pretendiam ficar em
Lazfonsdove, mas em troca de suas boas obras em favor dos habitantes elas receberam
escárnios e injúrias, então decidiram sair dali. Quando, enfrentavam um sol
ardente na subida do planalto de Maranza, sentiram as forças faltarem impedindo-as
de continuar a caminhada, então dirigiram uma intensa oração ao bom Deus. De
repente, um jato de água fresca saiu da rocha e do solo surgiu uma cerejeira
que lhes ofereceu sua sombra e seus saborosos frutos. As Três Virgens foram
recebidas cordialmente pelo povo de Maranza, onde viveram por muitos anos e
estimadas por suas obras de caridade. Finalmente, deixaram Maranza; parece que foram
sepultadas em Colônia".
A cidadezinha de Maranza venera as Três Santas
Virgens no domingo após 16 de setembro com uma grande procissão eucarística;
houve tempo que em 16 de setembro os simulacros das Santas Aubet, Cubet e Guere,
virgens, eram levados em procissão.
Maranza é sede da igreja de peregrinação
dedicada às virgens Aubet, Cubet e Guere citadas em um documento de 1382,
quando a então comuna de Maranza instituiu um fundo para a missa da
segunda-feira. Somente em 1500 numa bula papal se tem a versão romanizada dos
nomes originais das três jovens: Ampet,
Gaupet, Gewerpet (há outra versão: Einbetta,
Vorbetta e Vilbetta). As três jovens são protagonistas de uma das sagas do Tirol
do Sul.
Saga do Tirol do Sul
Existem diversas sagas do Tirol do Sul,
algumas das quais são conhecidas em todo o território do Tirol do Sul, mas
também fora do seu território.
Estas histórias nasceram da fantasia do
povo tirolês e foram transmitidas nas sucessivas gerações com protagonistas
fantásticos, como por exemplo, gnomos, fadas e elfos.
Uma das primeiras remonta ao século XVII,
mas a maior parte foram escritas a partir do século XIX e se intensificaram nos
séculos seguintes. Muitas delas são conhecidas até fora do território.
A via dolomitica no. 2 que liga Bressanone
a Feltre é chamada “via das legendas” pois atravessa um território cheio de
sagas e histórias fantásticas.
João Batista Alton foi dos primeiríssimos
a recolher as sagas dos vales pirineus.
A coleção de sagas mais famosas provém das
legendas tradicionais recolhidas por Karl Felix Wolff no seu trabalho
"Dolomitensagen", cuja primeira edição saiu em 1911. Esta obra vem da
tradição romântica tardia da escola dos irmãos Grimm, o que significa que
núcleos narrativos originais podem ter sido modificados. Wolff queria contar as
várias lendas encontradas em diferentes áreas do território do Tirol do Sul,
especialmente no domínio dos Fanes, e tentou fazê-las de forma mais
consistente. Mas como geralmente uma legenda nunca é contada de uma maneira univoca,
ele se valeu da "licença poética" para encontrar uma história única.
Um passeio cultural por Maranza nos leva à
igreja paroquial gótica no centro da cidade. A Fortaleza do Rio Pusteria está
localizada no fundo do vale, logo abaixo de Maranza. Durante séculos foi uma
encruzilhada de importantes rotas comerciais. A Fortaleza do Rio Pusteria foi construída
como uma estação de pedágio e depois serviu como uma pousada de caça. Durante
as Guerras Tirolesas de Independência foi transformado em uma fortificação
militar. Vários eventos na tradicional cidade proporcionam muito entretenimento
ao longo do ano.
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