sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Beata Filipa de Chantemilan – 15 de outubro

    
Catedral de São Maurício, Vienne, França
     Contemporânea de Santa Joana d’Arc, ela teve uma vida mais calma e menos trágica. "Ao mesmo tempo", disse o Sr. Chevalier, "que Deus suscitava a virgem Lorena para livrar Orleans e a França do jugo dos ingleses, enviou à Vienne, outrora chamada cidade santa, uma virgem de Forez (*) para edificar com seus exemplos, e trazer de volta a piedade por suas virtudes e para embalsamar depois com o perfume de sua memória”. Estas palavras caracterizam bem a vida de Filipa de Chantemilan.
     Filipa nasceu por volta de 1412 no Castelo de Changy, Forez (Loire), na diocese de Clermont. Seu pai João de Chantemilan (Campteliman, Champ de Milan; italiano da Campo Milano) morreu pouco tempo depois de seu nascimento, e sua mãe Joana de Vernay a educou com sábia firmeza, assumindo temporariamente a função de governadora de Changy. Ao completar 15 anos, Filipa também perdeu a mãe. Muito bela e elegante, atraia a atenção dos homens; vários jovens pediram-na em casamento, mas eram recusados; outros procuraram corrompê-la recorrendo a astúcia de uma velha sem escrúpulos, mas sem resultado.
     Ela então deixou Changy e foi para Notre-Dame de Puy, e dali vai para Vienne, no vale do Ródano, onde vai se hospedar na casa da irmã da Sra. de Espinasse, que se mantém próxima de seu irmão arcebispo, e onde ela encontrou seu irmão e a cunhada ligados, um ao arcebispo, a outra a Ana de Norry, Senhora de Ghastel.  Filipa também encontrou ali um ótimo diretor espiritual, fez voto de virgindade, e iniciou uma vida sóbria e austera, frequentando assiduamente os ofícios diários e noturnos da Catedral de Saint-Maurice, cuidando dos doentes e visitando os pobres. Passava algumas semanas em Lyon para prestar assistência nos hospitais e cárceres.
     Quando Ana de Norry saiu de Vienne, provavelmente no final do episcopado de Jean de Norry, Filipa permaneceu lá, e fez uma viagem a Roma em 1450, no grande jubileu. No ano seguinte, quando ocorreu uma epidemia em Vienne, foi uma das primeiras vítimas e morreu em 14 de outubro de 1451.
     Filipa foi enterrada pelos Cônegos de Saint-Maurice perto da capela de Nossa Senhora no pequeno claustro da catedral.
     Seu túmulo logo se tornou local de peregrinação devido aos numerosos milagres ocorridos entre 1453 e 1480, entre outros, o milagre temporário de retorno à vida de uma criança recém-nascida para que se pudesse batizá-la.
     Seu túmulo foi profanado pelos calvinistas em 1562 (ou 1567).
     A partir de 10 de fevereiro de 1453 o capítulo da Catedral de Vienne iniciou uma ação para serem recolhidos por um notário os testemunhos sobre os milagres atribuídos à Beata Filipa.
     Em 1454, o Delfim Luís II, futuro Rei Luís XI, que disputava com o Duque de Saboia a vassalagem do Marques de Saluces, se lançou improvisadamente sobre Petit Bugey e tomou Pont-de-Beauvoisin, do Castelo de Verel e de Saint-Genix. Foi um desastre para a pequena cidade: pilhagens e incêndios se sucederam e dizem que ela teria sido totalmente devorada pelas chamas sem a intervenção milagrosa da Beata Filipa de Chantemilan.
     Todo ano uma missa com o canto da Salve Regina é celebrada no dia 15 de outubro.
     Em 1629 os moradores de Vienne imploraram sua intercessão para fazer cessar uma epidemia de peste. Em seguida construíram um altar sobre o seu túmulo. O culto a Beata ainda não foi confirmado.

Fontes : - Vie et miracles de la bienheureuse Philippe de Chantemilan, par le chanoine Ulysse Chevalier - Pages 179 & 180 et Une sainte forézienne: la bienheureuse Philippe de Chantemilan - abbé Reure – 1896;
http://museedudiocesedelyon.com/MUSEEduDIOCESEdeLYONphilippechantemilan.htm

(*) Forez (em arpitano Forêz) é uma antiga província da França, que corresponde aproximadamente à parte central do departamento de Loire e uma parte do departamento de Haute-Loire. Forez é o cenário de uma obra mestra da literatura francesa, L’Astrée de Honoré d’Urfé; por isso esta região é às vezes denominada Comarca de Astrée (pays d'Astrée).

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