sábado, 18 de abril de 2020

Beata Mariana de Jesus (Navarro), Religiosa Mercedária - 17 de abril

     

     Ana Maria Guevara Navarro Romero, conhecida como Mariana de Jesus (Madrid, 1565-1624) foi uma freira espanhola da Ordem das Mercês e não deve ser confundida com Santa Mariana de Jesus, do século XVII, religiosa equatoriana chamada o Lírio de Quito, ou Ana de Jesus, religiosa de Valladolid do final do século XVI e cujo processo de beatificação está em curso em Roma.
     Mariana de Jesus nasceu em Madrid em 17 de janeiro de 1565, no seio de uma família rica associada aos círculos judiciais. Seu pai era um negociante de peles ao serviço do Rei Filipe III.
     Mariana cedo se sentiu atraída para a vida religiosa. Para fazê-la aceitar o matrimônio, o pai a colocou na cozinha sob o controle de uma serva de caráter difícil; depois da morte da mãe, a esta humilhação veio ajuntar-se os maus tratos por parte da mulher que seu pai desposara. Mariana, entretanto, manteve-se inabalável no seu propósito.
     Obrigada a viver na casa paterna, passou nela uma vida de retiro e de rigorosas austeridades. Deus a encheu de favores extraordinários. Naquele período, Mariana era dirigida no caminho da perfeição pelo padre mercedário João Batista Gonzales, tendo ele feito isto até sua morte em 1598.
     Em 1598, ela retirou-se como penitente na ermida de Santa Bárbara da capital do reino, ajudada pelo religioso mercedário e outras pessoas piedosas. Em 1606 entrou para a Ordem das Mercês, ali recebendo em 1613, o hábito de terceira.
     Mariana visitava muitas vezes a rainha da Espanha, edificando a corte inteira com a sua humildade e sua devoção a Santíssima Virgem e ao Santíssimo Sacramento. Um dia em que contemplava a Paixão do Senhor, recebeu uma coroa de espinhos de Cristo, O qual muitas vezes lhe falava a partir do tabernáculo.
     A fama das suas virtudes e as aparições sobrenaturais e milagres que a acompanhavam espalhou-se rapidamente pela cidade de Madrid. Os seus superiores ordenaram que ela escrevesse sobre essas experiências. Nestes escritos, Mariana conta, entre outras coisas, as visões que teve de Jesus Cristo e da Virgem Maria e os êxtases místicos.
     A Beata aplicava todas as suas orações e mortificações a três classes de desafortunados: os pecadores, as almas do Purgatório e os cristãos cativos na África.
     Aos 59 anos foi assaltada por uma grave forma de pleurite que a fazia exercitar a paciência e a submissão à vontade de Deus, e a levou ao túmulo no dia 17 de abril de 1624, no Convento de Santa Bárbara. O Cardeal Di Trejo, Arcebispo de Málaga, que por 14 anos conheceu a Beata Mariana de Jesus, escreveu dela uma longa e pormenorizada vida, detalhando suas virtudes.
     Se já em vida Mariana tinha alcançado um grande prestígio pela sua piedade e milagres de toda espécie, que lhe eram atribuídos, após a sua morte, este prestígio aumentou ainda mais.
     O seu corpo foi exposto publicamente durante dois dias durante os quais houve grande afluência. O artista Vicente Carducho fez várias máscaras mortuárias da defunta. No mesmo ano de sua morte iniciou-se o processo canônico de beatificação, incentivado pelas pessoas simples, a nobreza e o próprio rei Felipe IV.
     Em 31 de agosto de 1627 o seu túmulo foi aberto, e perante o espanto geral, o corpo estava intacto, com a carne fresca e os membros flexíveis, e exalando um perfume agradável. Apenas o rosto estava um pouco desfigurado por causa das manipulações que tinham sido feitas para obter a máscara mortuária. Este facto inexplicável foi verificado todas as vezes que os restos mortais de Mariana foram inspecionados: em 1627, 1731, 1765, 1924 e 1965, permanecendo sempre incorrupto e perfumado.
      Em 25 de maio de 1784 foi declarada beata pelo papa Pio VI. Tal era o fervor que a figura de Mariana despertava entre o povo, que o governo civil da cidade de Madrid a declarou co-padroeira da cidade, com Santo Isidro.
     O corpo incorrupto da Beata é venerado na igreja do Convento de Dom João de Alarcón de Madrid, já que o antigo convento de Santa Barbara, onde ela fora monja, foi destruído. O túmulo onde repousa foi doado pela II rainha Isabel II.
     Sua festa litúrgica é celebrada em 17 de abril.



Postado neste blog em 16 de abril de 2012

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