“Façamos o maior
bem que pudermos, da maneira mais oculta possível”.
Há 185, no dia 6 de abril de 1835, nascia
Luísa Josefina Voiron – o nome de batismo da Madre Maria Teodora Voiron – em
Chambéry, França. Era a filha mais velha do casal Cláudio Voiron e Catarina
Héritier, simples agricultores que deram uma esmerada educação católica aos
seus cinco filhos.
Com
apenas dez anos, sofreu a primeira grande perda, com o falecimento de sua mãe.
Abraçou a grande responsabilidade de ajudar seu pai a criar os irmãos menores.
O pai, preocupado com a educação das meninas, resolveu matriculá-las no
Instituto que as Irmãs de São José tinham acabado de fundar. Luísa Josefina
logo despertou a atenção das religiosas pela bondade com que tratava a todos.
Aos
quinze anos, sentiu um forte chamado para a vida religiosa e resolveu buscar
ajuda junto à Madre Superiora Maria Felicidade Veyrat, que a orientou a rezar e
pedir ao Espírito Santo que confirmasse sua decisão. Dois anos depois, no dia
17 de dezembro de 1852, Luísa entrou para o noviciado da Congregação das Irmãs
de São José, adotando o nome Irmã Maria Teodora.
Em 1854,
a região de Sabóia foi infectada pela cólera morbus. Irmã Maria Teodora,
juntamente com outras irmãs, ajudou os doentes como voluntária. Durante dois
meses elas passam por muitas dificuldades, o medo de se contaminar era grande,
mas a fé era maior e nenhuma irmã adoeceu.
Dom
Antônio Joaquim de Mello, Bispo de São Paulo, ituano, desejava ter um colégio
para educação das famílias paulistas. Entrou em contato com Madre Maria
Felicidade, na França, e esta ficou encarregada de escolher as religiosas para
uma tão importante missão no Brasil. Em 1858, designou sete Irmãs, tendo como
superiora Madre Maria Basília. A viagem era árdua e a Madre faleceu dois dias
antes de chegar ao Brasil, sendo seu corpo lançado ao mar.
As
seis primeiras Irmãs chegaram a São Paulo no dia 30 de julho de 1858. No dia 4
de outubro, após uma viagem penosíssima num carro de boi, chegaram a Itu, sendo
recebidas com grande entusiasmo pelo povo. As Irmãs se instalaram
temporariamente no prédio da Santa Casa de Misericórdia de Itu até que fossem
concluídas as obras do colégio.
Irmã
Maria Teodora foi escolhida para substituir Madre Basília, e no dia 29 de março
de 1859 começava a viagem. No dia 24 de maio chegava à Baía da Guanabara, e a
Itu na tarde de 15 de junho de 1859. Muito bem acolhida por todas as irmãs, ela
só não agradou ao bispo, que a achava jovem demais para ser superiora, pois
contava apenas 24 anos, e decidiu que Madre Justina seria superiora.
Passados
alguns meses, D. Antônio procurou Irmã Maria Teodora e lhe confiou o cargo de
superiora. Isso aconteceu no dia 13 de novembro, dia da festa de Nossa Senhora
do Patrocínio, e dia da inauguração do colégio que recebeu este nome.
Madre
Maria Teodora Voiron teve grande importância no campo da educação na cidade e
no país. Trabalhou muito pelo ensino através do Colégio Nossa Senhora do
Patrocínio, que foi a primeira instituição de educação católica feminina da
Província de São Paulo.
Madre
Maria Teodora não entendia a escravidão no Brasil, e querendo quebrar as
barreiras do preconceito da sociedade na época, realizou um enorme prodígio
abrindo uma escola gratuita, no próprio Colégio Patrocínio, para as meninas
escravas. Cuidou também da formação religiosa das escravas adultas.
Igreja de Na. Sra. do Patrocinio |
Durante
62 anos Madre Voiron esteve à frente das obras das Irmãs de São José no Brasil,
no início como superiora e depois como Provincial. Ela abraçou numerosas obras
de caridade como: orfanatos, asilos, hospitais, leprosários, escolas para
meninas pobres, enviando suas religiosas para várias cidades do interior de São
Paulo, como Campinas, Taubaté, Franca, Piracicaba, Jaú, Guapira, inclusive a
capital, São Paulo, onde fundou o Colégio São José.
Em
1871, enviou para São Paulo um grupo de Irmãs para assumirem a missão da saúde
na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, e para o Seminário de Educandas Na.
Sra. da Glória, uma escola pública que cuidava de alunas órfãs e pobres.
No
decorrer dos anos muitas jovens brasileiras também ingressaram no Instituto e
se dedicaram às obras tão necessárias neste imenso País.
A
Madre enfrentou momentos difíceis, como intrigas, calúnias e até perseguições.
Chegaram até a enviar notícias falsas para a Superiora Geral na França. Durante
a “questão religiosa” no Brasil, no final do Império, aprisionaram Frei Dom
Vital que tinha sido Capelão do Colégio do Patrocínio. Em uma viagem à França,
Madre Voiron fez questão de ir visitá-lo na prisão, apesar das autoridades
virem-na com maus olhos por causa disto.
Na. Sra. do Patrocínio |
Madre
Voiron faleceu em 17 de julho de 1925 com 90 anos. Seus restos mortais
encontram-se sepultados no interior da Igreja do Patrocínio, onde são visitados
por milhares de pessoas.
Logo
após sua morte, vários milagres foram relatados. Mais de 30 mil cartas já
chegaram à comunidade do Patrocínio testemunhando casos de cura, sucesso no
trabalho, proteção contra acidentes, encontro de pessoas desaparecidas etc. Mas
ainda não há uma documentação oficial de nenhum destes casos. O processo de
beatificação de Madre Teodora já está em Roma, necessitando apenas de uma graça
comprovada por médicos e pela Santa Igreja, para que ela seja beatificada.
Em
1989, João Paulo II concedeu a Madre Teodora o título de Venerável.
- - - - -
“Dom
Antônio Joaquim de Mello escreveu à Madre Geral alguns meses depois de ter
reconhecido nessa “jovem... em circunstâncias tão delicadas... que sua
maturidade, sua discrição e sua prudência eram a toda prova”. (¹)
“O
Capelão de Itu, em 1894, escreveu à Madre Geral: ‘Seu (de suas Irmãs do Brasil)
Anjo visível foi, desde longos anos, e ainda é, Madre Maria Teodora... É uma
das mulheres mais sábias que conheço, respeitadas por todos’...” (²)
“Durante
muito tempo, a questão econômico-financeira foi um pesadelo para Madre Maria
Teodora; após longos procedimentos, o Padre Hubbaner, Redentorista, conseguiu
fazer aprovar uma Sociedade de Educação Popular e Beneficência, dotada de
personalidade jurídica, da qual Madre Voiron foi presidente até o fim do seu
Provincialato. No ano de 2011, esta Sociedade completou 100 anos. Madre Maria
Teodora foi prudente na escolha das suas colaboradoras. Amadurecia por muito
tempo suas decisões. Ela consultava antes de agir. ‘Depois de ter refletido e
rezado, decidi assim. Sou lenta para tomar uma decisão, mas quando a tomei, não
volto atrás’, dizia ela. Foi sempre feliz em seus empreendimentos. Graças à sua
prudência, as Obras da Província nunca estiveram em perigo”. (³)
(¹) Cf. Vozes do
Patrocínio, ano 63, Itu 2010, nº 162; (²) idem; (³) idem.
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em 5 de abril de 2011
Ganhei uma religuia da Madre e hoje estou precisando de medalha para mim. Se possível mais umas para doar também.
ResponderExcluirMeu esposo estava desempregado a 10
Anos. Quando recebi a Religuia Medalha da Madre fiz o pedido logo meu esposo foi chamado par o trabalho.. Agradeco o milagre.
Desejo medalhas.se possível 10 as plastificada..
ResponderExcluirComo faço para enviar .
Pagamento.