Neste
período do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, nossas reflexões se voltam para este
grande acontecimento que marcou a História. E a devoção que nos absorve é a da
Santa Infância do Salvador. Não é uma devoção sentimental: “Ah, lindo menino!”,
“Tão pequenino...” etc., mas uma devoção voltada para a intervenção do Menino
Jesus na História.
Jesus veio resgatar o gênero humano do pecado. Veio trazer uma nova aliança da Luz contra as trevas. Dar o exemplo de uma vida de renúncias e obediência a vontade do Pai Eterno. Seu caminhar seria rumo ao patíbulo da Cruz. Ele era inteiramente humano, mas devido a união hipostática, tinha a sabedoria de Deus. Assim, embora pequenino, desde o momento de sua Encarnação Ele tinha conhecimento de sua missão salvadora.
Segundo a tradição, quando da fuga da Sagrada Família para o Egito, vários ídolos pagãos caíram por terra. Era o início de sua luta contra o demônio. E seus seguidores, a seu exemplo, deveriam continuar esta batalha após sua Morte e Ressurreição.
Jesus veio resgatar o gênero humano do pecado. Veio trazer uma nova aliança da Luz contra as trevas. Dar o exemplo de uma vida de renúncias e obediência a vontade do Pai Eterno. Seu caminhar seria rumo ao patíbulo da Cruz. Ele era inteiramente humano, mas devido a união hipostática, tinha a sabedoria de Deus. Assim, embora pequenino, desde o momento de sua Encarnação Ele tinha conhecimento de sua missão salvadora.
Segundo a tradição, quando da fuga da Sagrada Família para o Egito, vários ídolos pagãos caíram por terra. Era o início de sua luta contra o demônio. E seus seguidores, a seu exemplo, deveriam continuar esta batalha após sua Morte e Ressurreição.
Os séculos que se seguiram, foram
sempre de duelos contínuos entre estas duas forças. Perseguições aos bons
seguidores de Nosso Senhor, a fortaleza destes diante dos maus, a moleza dos
“semi-bons”, a traição dos ímpios etc.
Quando Lutero lançou seu manifesto,
muitos aderiram à heresia. Imediatamente santos se levantaram e lutaram, pelas
armas e pela oração, contra seus sequazes. No século XVII as lutas renhidas
continuaram e nos deparamos, a par de muitas belezas construídas pela
Civilização Cristã, uma horrenda onda de bruxaria que assolava várias nações.
A
ânsia frenética por riquezas, prestígio e cargos, além dos prazeres carnais
fazia com que muitas pessoas que perderam a fé apelassem aos poderes ocultos.
Esse recurso cresceu tanto que, em 1586, o Papa Sixto Quinto promulgou a
bula “Cœli et terra creator Deus” proibindo todas as práticas
ocultas: adivinhação, astrologia, necrologia, bruxaria, etc. que iam associadas
naturalmente ao relaxamento dos costumes e eram cultivadas até nos conventos.
Na França do século XVII reinava o Rei Sol, Luís XIV, que tornara aquela nação modelo que grandeza, aprimoramento cultural, artístico... Entretanto, a frivolidade e a falta de fé inundaram a Corte daquele rei provocando uma decadência nos costumes, que seria exacerbada pelos bruxos (as) que atormentaram uma alma de escol, Soeur Marie des Vallées.
Na França do século XVII reinava o Rei Sol, Luís XIV, que tornara aquela nação modelo que grandeza, aprimoramento cultural, artístico... Entretanto, a frivolidade e a falta de fé inundaram a Corte daquele rei provocando uma decadência nos costumes, que seria exacerbada pelos bruxos (as) que atormentaram uma alma de escol, Soeur Marie des Vallées.
Esta serva de Deus sofreu tormentos
horríveis provocados por bruxarias contra ela. Nosso Senhor Jesus Cristo revelou
a ela os castigos futuros que cairiam sobre a Humanidade por causa de seus
pecados. Além dela, e influenciados por ela, outras figuras proeminentes
lutaram bravamente para fazer triunfar as verdades eternas.
Vimos
em postagens anteriores a Venerável Margarida do Santíssimo Sacramento e a
atuação do Barão Gastão de Renty. Este leigo virtuoso e nobre, com o influxo e
participação de São Vicente de Paulo foi exímio articulador
da Companhia do Santíssimo Sacramento, um grande fruto da Contra-reforma
Católica, promovida pelo Concílio de Trento. A Companhia se tornou célebre e
muito odiada porque se opunha ativamente aos erros e às influências morais
nocivas que desciam da Corte na forma de modas, “luzes” e pretextos culturais,
e influenciavam outras classes sociais.
A
Companhia inspirou a criação da benemérita Missions Étrangères de
Paris em 1658, fundada por dois bispos, então simples sacerdotes, Pierre Lambert
de la Motte (1624 - 1679) e François Pallu (1626 - 1684) com o apoio de São
Vicente de Paulo. Foi um verdadeiro foco de mártires, e um poderoso estímulo
à Escola Francesa de Espiritualidade com incontáveis exemplos de
heroísmo e martírio em continentes pagãos em oposição aos desmandos que se
espalhavam na França.
Por
sua vez, a Venerável Margarida do Santíssimo Sacramento foi uma peça chave para
o desenvolvimento da devoção à Santa Infância do Menino Jesus. Inspirada por
Nosso Senhor, criou a Pequena Coroa ou Terço do Menino Jesus, que logo extravasou
do seu convento para o mundo exterior.
A Serva de Deus Madre Mechtilde do Santíssimo Sacramento (1614 - 1698), fundadora da Ordem das Beneditinas da Adoração Perpétua do Santíssimo Sacramento, a primeira do gênero no mundo, iniciou a Adoração Permanente na colina de Montmartre (hoje Paris), aconselhada por São Vicente de Paulo. Não era ainda a famosa basílica de Montmartre construída no século XIX. Soeur Marie des Vallées orientou na escolha do hábito desta ordem.
A Serva de Deus Madre Mechtilde do Santíssimo Sacramento (1614 - 1698), fundadora da Ordem das Beneditinas da Adoração Perpétua do Santíssimo Sacramento, a primeira do gênero no mundo, iniciou a Adoração Permanente na colina de Montmartre (hoje Paris), aconselhada por São Vicente de Paulo. Não era ainda a famosa basílica de Montmartre construída no século XIX. Soeur Marie des Vallées orientou na escolha do hábito desta ordem.
A
certa altura da vida de Soeur Marie, surge a figura de São João Eudes, que
passou a dirigi-la e, por ela não saber ler nem escrever, anotou todas as
visões e revelações que ela recebia de Nosso Senhor e Nossa Senhora.
Por
seu apoio à mística, São João Eudes teve que se desligar do Oratório,
instituição a que pertencia, e em março de 1643 fundou a Congregação de Jesus e
Maria, mais conhecida como Padres Eudistas; fundou ainda a Sociedade dos Filhos
do Sagrado Coração da Mãe Admirável, na qual ingressou Marie des Vallées. A
confraria voltada para mulheres não casadas que guardavam a castidade no mundo,
agiu clandestinamente durante a Revolução Francesa dando refúgio aos sacerdotes
“refratários” que não haviam jurado a ímpia Constituição. Também fundou a Ordem
de Nossa Senhora da Caridade destinada a mulheres arrependidas que, após a
reforma de Santa Maria Eufrásia Pelletier, ficou conhecida como do
Bom Pastor.
São
João Eudes foi um herói da reforma do clero e do povo pela difusão da devoção
ao Sagrado Coração de Jesus. Ele foi muito perseguido pelo rigorismo jansenista
e pela passividade do quietismo, erros que dominavam o corpo episcopal
interessado nos benefícios da vida de Corte. Ele foi declarado pelos
Papas Doutor e Apóstolo da devoção ao Sagrado Coração de Jesus.
Os
manuscritos de São João Eudes sobre sua dirigida que estavam na casa dos padres
eudistas em Paris, a Revolução Francesa fez questão de queimar. São João Eudes
tinha dividido a coleção de apontamentos num conjunto de dez volumes que
intitulou “A vida admirável de Marie des Vallées” acrescidos de mais
dois, que escreveu após a morte de Marie. Então se achou que estavam perdidos
para sempre.
Mas São Francisco Xavier de Montmorency-Laval, partindo para o Canadá, do qual imaginava nunca mais retornar, encomendou uma cópia manuscrita dos registros da “santa de Coutances”, como era conhecida Soeur Marie, caligrafados por São João Eudes. Essa cópia histórica foi recuperada em 1894 durante o processo de beatificação de São Francisco Xavier de Montmorency-Laval e enviada aos padres eudistas da França.
Mas São Francisco Xavier de Montmorency-Laval, partindo para o Canadá, do qual imaginava nunca mais retornar, encomendou uma cópia manuscrita dos registros da “santa de Coutances”, como era conhecida Soeur Marie, caligrafados por São João Eudes. Essa cópia histórica foi recuperada em 1894 durante o processo de beatificação de São Francisco Xavier de Montmorency-Laval e enviada aos padres eudistas da França.
São
Francisco Xavier de Montmorency-Laval, quando Arcebispo de Québec, no Canadá,
lutou como um leão contra a invasão protestante da América do Norte quase sem
apoio do governo real. Ele estruturou de tal maneira a Igreja Católica no
Canadá, que magotes de heroicos soldados franceses, caçadores de peles e tribos
indígenas recém convertidas ao Catolicismo resistiram ao avanço de corpos
expedicionários protestantes ingleses de grande envergadura e poder de fogo.
Ao
mesmo tempo, algo inimaginável acontecia: o Sagrado Coração de Jesus aparecia a
uma humilde religiosa de um convento pouco conhecido e enviava históricas
mensagens a Sua Majestade, o rei Luís XIV. As mensagens foram comunicadas a
Santa Margarida Maria Alacoque, religiosa no convento da Ordem da Visitação em
Paray-le-Monial, na Borgonha.
A
santa religiosa entregou à sua Superiora as cartas, onde vertia as promessas
que tinha ouvido antes, destinadas ao rei com datas de 23 de fevereiro de 1689,
17 de junho de 1689 e 25 de agosto de 1689. O Sagrado Coração se dirigia a Luís
XIV lembrando-o de que “seu nascimento temporal fora obtido através da devoção
aos méritos da Minha Santa Infância”, segundo o próprio Menino Jesus havia
revelado à Venerável Margarida do Santíssimo Sacramento.
O
exemplo espiritual transmitido por Sœur Marie des Vallées chegou a
São Luís Maria Grignion de Montfort (1673–1716), que o incorporou na essência
de seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem e da devoção
da Sagrada Escravidão de amor à Mãe de Deus.
Assim,
vemos os dois aspectos de Nosso Senhor, sua Santa Infância e seu Sagrado
Coração, marcarem todo um século e mais, pois no século XIX uma Santa iria
fazer da devoção ao Menino Jesus uma marca profunda na sua espiritualidade:
Santa Teresinha do Menino Jesus, com a sua pequena via. Ela adotou o nome de
“Teresinha do Menino Jesus” quando recebeu o hábito religioso de freira
carmelita.
Santa
Teresinha de Lisieux, a “Pequena Flor”, tinha um profundo e permanente amor
pelo Menino Jesus. Muitas vezes ela se considerava um pequeno brinquedo nas
mãos dele, como escreveu em sua autobiografia:
“Faz
algum tempo, eu havia me oferecido ao Menino Jesus para ser seu brinquedo.
Disse a Ele que não me utilizasse como um daqueles brinquedos caros, que as
crianças se contentam em olhar sem se atreverem a tocar neles, mas que me visse
como uma bola sem valor, que pode ser jogada ao chão, ou chutada... ou, se
desse vontade, ser apertada contra o coração. Em poucas palavras: eu queria
divertir o Menino Jesus, agradá-lo, entregar-me aos Seus caprichos de criança”.
Este
sentimento permaneceu com ela durante toda a vida. Abaixo, uma breve oração que
ela fez ao menino Jesus, uma prece perfeita para o Natal:
Ó,
Pequeno Menino Jesus, meu único tesouro, eu me entrego a todas as suas
vontades. Não busco outra alegria que não seja o seu doce sorriso. Concedei-me
as graças e as virtudes da sua Santa Infância, para que, no dia do meu
nascimento no Céu, os anjos e santos possam me reconhecer como Sua pequena
esposa. Amém.
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