quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Beata Boleslava Maria Lament, Fundadora - 29 de janeiro

 
  

     Primeira dos oito filhos do casal Martino Lament e Lúcia Cyganowska, Boleslava Lament, nasceu em 3 de julho de 1862 em Lowicz, Polônia.
     Durante sua infância viu com dor a morte de suas irmãzinhas Helena e Leocádia, e do pequeno Martino; era um tempo em que a mortalidade infantil dizimava as crianças, fazendo com que as famílias numerosas perdessem muitos de seus membros. A pequena Boleslava foi marcada irremediavelmente por estas dolorosas experiências.
     Depois dos cursos elementar e colegial, Boleslava foi para Varsóvia onde conseguiu o diploma de modista em uma escola de artes e profissões; de volta a Lowicz abriu, junto a sua irmã Estanislava, uma casa de modas, enquanto vivia uma intensa vida espiritual em seu interior.
     Em 1884, aos 22 anos, decidiu entrar na Congregação da Família de Maria, que estava se organizando em Varsóvia na clandestinidade por causa das perseguições czaristas.
     Como religiosa, distinguiu-se pelo dom da oração, do recolhimento, da seriedade e da fidelidade no cumprimento de seus deveres. Depois do noviciado e da profissão dos votos simples, trabalhou como mestra de costura e educadora em muitas Casas da Congregação, abertas no território do império russo.
     Mas depois de nove anos, antes de pronunciar os votos solenes, teve uma profunda crise que a fez sentir-se insegura de sua vocação naquela congregação, por isto a deixou e voltou para sua casa em Lowicz, com a intenção de entrar em um convento de clausura.
     Aconselhada por seu confessor, optou pelas obras de assistência aos sem-teto, atividade que também continuou em Varsóvia, quando a família mudou-se para lá. Para ajudar nos gastos familiares, abriu uma casa de modas com sua irmã Maria.
     Logo lhe confiaram a direção de uma hospedagem para os sem-teto, onde também se preocupou em por em ordem a vida ética e religiosa de seus socorridos. Ela os preparava para receber os Sacramentos, visitava os doentes em suas pobres casas ou nos refúgios, cuidava das crianças.
     Em 1894, uma epidemia de cólera atingiu seu pai, colocando sobre seus ombros outras responsabilidades familiares; levou consigo sua mãe e seu irmão Estevão, que era aluno do colégio em Varsóvia e que desejava ser sacerdote.
     Ingressou na Ordem Terceira Franciscana onde conheceu o Beato Honorato Kozminski (1829-1916), frade capuchinho, fundador de diversas congregações religiosas que trabalhavam na clandestinidade por causa dos acontecimentos políticos que afetavam a Polônia naqueles tempos.
     Em 1900, uma vez mais a morte golpeou sua família: aos pés do caixão de seu irmão Estevão, Boleslava Lament prometeu voltar à vida de religiosa. Dois anos depois o Pe. Honorato apresentou-a a uma senhora chegada da Bielorrússia, que buscava religiosas para dirigir a Ordem Terceira e um centro educativo em Mogilev, cidade junto ao Rio Dnieper.
    Boleslava consciente de todas as dificuldades que enfrentaria, aceitou a tarefa e em 1903 partiu para Mogilev, uma cidade de cerca de 40.000 habitantes. No início morou com Leocádia Gorczynska, que dirigia uma oficina de costura, para ensinar ali essa profissão às meninas das famílias pobres; depois Boleslava alugou uma casa de madeira para convertê-la em sua casa de modas.
     Admirada com a laboriosidade de Boleslava, Leocádia Gorczynska decidiu ir viver com ela; em seguida juntou-se a elas Lúcia Czechowska. Neste ponto Boleslava começou a pensar em fundar uma Congregação, rigorosamente religiosa, entregue ao apostolado entre os ortodoxos.
     Com a ajuda do Padre Félix Wiecinski, que contribuiu diretamente com a fundação, em outubro de 1905 as três mulheres começaram a nova congregação, chamada inicialmente Sociedade da Sagrada Família, mas que em seguida mudou o nome para Congregação das Irmãs Missionárias da Sagrada Família. Boleslava foi sua primeira superiora.
    No outono de 1907, Boleslava mudou-se para Petersburgo com as seis monjas que então formavam a comunidade, onde desenvolveu um ampla atividade educativa, dedicada sobretudo aos jovens, e em 1913 estendeu sua atividade à Finlândia, abrindo um colégio para meninas em Wyborg.
     Em Petersburgo empreendeu uma intensa atividade catequética, educativa e assistencial nos bairros mais pobres, se esforçou para criar bom relacionamento entre as alunas e as famílias de diferentes nacionalidades e religiões.
     Como consequência das dificuldades geradas pela 1ª. Guerra Mundial e o Movimento Bolchevique que tomou o poder na Rússia em outubro de 1917, Boleslava foi obrigada a deixar a Rússia em 1921 e voltar para a Polônia. Tudo isto produziu enormes perdas materiais, também na Polônia; a Congregação vivia pobremente, mas Madre Boleslava Lament, com sua grande fé, se encomendou totalmente à vontade de Deus e paulatinamente aquilo foi sendo superado.
     Durante alguns meses Madre Boleslava dirigiu o trabalho das monjas em Wolynia, em 1922 fundou uma nova Casa na Pomerânia, na Polônia oriental, onde a população era pobre e a maior parte de religião ortodoxa.
     A partir de 1924, começou a abrir outras Casas na arquidiocese de Vilna e na diocese de Pinsk; em 1935 já existiam 33 Casas espalhadas por toda Polônia e uma em Roma.
     Em 1925, Madre Boleslava foi a Roma para conseguir a aprovação pontifícia de sua Congregação, mas não a conseguiu por falta de clareza sobre as tarefas das monjas, divididas em dois ramos: apostolado e ensino e direção doméstica das Casas.
     Em 1935, Madre Boleslava Maria Lament decidiu renunciar ao cargo de Superiora Geral por graves motivos de saúde, e num acordo com a nova Superiora se retirou em Bialystok, onde, embora idosa e gravemente doente, se dedicou a abrir escolas, um hospital para mulheres sozinhas e um refeitório para os desempregados.
     A 2ª. Guerra Mundial gerou novas dificuldades para a idosa Madre Boleslava, incluindo a ameaça nazista; foi obrigada a mudar a forma de atuar, adaptando-se às necessidades da época. Em 1941 foi atacada pela paralisia e se dedicou a uma vida mais ascética, transmitindo preciosos conselhos às suas irmãs de hábito.
     Morreu santamente em Bialystok em 29 de janeiro de 1946, aos 84 anos; foi levada para o convento de Ratow e enterrada na cripta da Igreja de Santo Antônio.
     A Congregação das Irmãs Missionárias da Sagrada Família está difundida na Polônia, Rússia, Zâmbia, Líbia, EUA e Itália.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário