Esta festa é também chamada
da “Cruz gloriosa”. E os orientais denominavam-na “da preciosa Cruz portadora
da Vida”.
É uma das mais antigas solenidades
litúrgicas da Igreja Católica, já era celebrada em Jerusalém no tempo de
Constantino (337). Começou a celebrar-se o aniversário da invenção ou encontro
da Santa Cruz (cf. Santa Helena) e a dedicação da Basílica do Santo Sepulcro na
primeira metade do século IV, no dia 14 de setembro.
Por muitos
séculos a festa da descoberta da Santa Cruz foi celebrada em Jerusalém e em
muitos locais do mundo inteiro no dia 3 de maio, data em que, segundo a
tradição, fora encontrada. A reforma litúrgica pós-conciliar suprimiu a data de
3 de maio no calendário universal, substituindo-a pelo dia 14 de setembro.
O trono a que Jesus quer ser elevado, para
triunfar da soberba e da sensualidade, é a Cruz, selo de infâmia para Ele, mas
sede de misericórdia para nós. Nesse trono O sentaram um dia os judeus por
malícia, e nele se senta cada dia a fé cristã, que no Crucifixo adora o seu
Deus e Redentor.
Num túmulo
do cemitério de Ciríaca, encontrou Pio IX uma cruz antiga de ouro, na qual
estava gravada esta inscrição:
Crux est vita mihi (a cruz é vida para mim),
Mors inimice tibi (e morte
para ti, ó inimigo).
Esta
preciosa inscrição conserva-se hoje na Biblioteca Vaticana.
Formosa e
densa de sentido é também a seguinte inscrição beneditina, expoente de grande
fé e devoção:
Crux sancta sit mihi lux (a
Santa Cruz seja para mim luz),
Nunquam daemon sit mihi dux (e
o demônio nunca seja o meu guia).
Com grande
concisão expressaram os antigos a eficácia da Cruz de Cristo, sinal triunfal da
nossa Redenção, no anagrama grego que significa: A Cruz é luz e é vida.
Fonte: (excertos)
Santos de cada dia, Pe. José Leite, S.J. 3ª edição
Santa Helena, Viúva, mãe do Imperador Constantino († 330)
Helena
nasceu em meados do século III, provavelmente em Bitínia, região da Ásia Menor.
Os autores britânicos afirmam que ela nasceu na Inglaterra, naquele tempo uma
província romana, e que Constâncio Cloro, tribuno e mais tarde governador da
ilha, enamorou-se dela e a tomou por esposa. Por volta do ano 274 tiveram um
filho a quem deram o nome de Constantino.
Constâncio
Cloro chegou a ser marechal de campo e o imperador Maximiano nomeou-o
co-regente e, portanto, seu sucessor no Império, mas com a condição de que
repudiasse sua mulher e esposasse sua enteada Teodora.
Tanto
Helena quanto Constâncio Cloro eram pagãos. Levado pela ambição, Constâncio se
separou dela e levou para Roma seu pequeno filho, Constantino. Helena chorou
sua desgraça por 14 anos. Em 306, com a morte de Constâncio, Constantino foi
nomeado imperador, iniciando para ela uma nova vida. Constantino mandou vir sua
mãe para viver na corte, conferindo-lhe o nome de Augusta e o título de
imperatriz.
Helena
recebeu o Batismo, provavelmente no ano 307, e foi uma cristã exemplar e
testemunha da grande jornada em que Constantino colocou pela primeira vez a cruz
nos estandartes de suas legiões para vencer em batalha o seu rival Maxêncio, no
mês de outubro do ano 312.
No início
do ano 313 o imperador publicou o Édito de Milão, pelo qual permitia o Cristianismo
no Império. Seguindo o exemplo de sua mãe, converteu-se, sendo batizado pelo
Papa São Silvestre. Depois de trezentos anos de perseguição, a Igreja de Cristo
assentava-se triunfante sobre a terra. A piedosa imperatriz dedicou-se
inteiramente a socorrer os pobres e aliviar as misérias de seus semelhantes.
Quando já
anciã - tinha então setenta e sete anos - visitou os santos lugares. Subiu ao
topo do Gólgota, onde havia sido erguido um templo à Vênus. Este templo fora
construído por ordem do imperador Adriano, que odiava os cristãos, e certamente
quis com isso evitar que aquele local fosse venerado pelos discípulos de Nosso
Senhor.
Conhecendo
o costume judaico de enterrar no lugar da execução de um malfeitor os
instrumentos que serviram para sua morte, Santa Helena mandou derrubar o templo
e procurar a cruz onde padecera o Redentor.
Depois de
muitas e profundas escavações, três cruzes foram encontradas. Como não se podia
distinguir qual era a cruz de Jesus, levaram-nas a uma mulher agonizante. Ao
tocá-la com a primeira cruz, a enferma piorou, ao tocá-la com a segunda,
continuou tão doente quanto antes, porém ao tocá-la com a terceira cruz, a
enferma recuperou instantaneamente a saúde.
Santa
Helena e o Bispo de Jerusalém, São Macário, e milhares de devotos levaram a Cruz
em piedosa procissão pelas ruas de Jerusalém. E pelo caminho se encontraram com
uma mulher viúva que levava seu filho morto para ser enterrado. Ao aproximarem
a Santa Cruz do morto este ressuscitou.
Santa Helena
fez com que se dividisse a Cruz em três partes. Um dos pedaços foi entregue ao
Bispo São Macário, para que o entronizasse na Igreja de Jerusalém; o segundo
foi enviado para a Igreja de Constantinopla e o terceiro para Roma. A basílica
que abrigou a relíquia chamou-se Santa Cruz de Jerusalém. Mandou também
construir três edifícios: um junto ao Monte Calvário, outro na cova de Belém e
um terceiro no Monte das Oliveiras.
Santa
Helena estava com oitenta anos quando regressou de sua viagem. Faleceu pouco
depois, provavelmente em Tréveris, por volta do ano 328 ou 330. O Martirológio
Romano comemora sua festa em 18 de agosto. Uma capela dedicada a ela, em Roma,
conserva algumas de suas relíquias.
Reflexão: Compreendamos
o que representa para uma mulher ao mesmo tempo ser mãe do primeiro imperador
cristão e ser aquela que tira das entranhas da terra a verdadeira Cruz, e todos
os benefícios que foram espalhados pela terra pela posse da verdadeira Cruz,
pela adoração da verdadeira Cruz, pela presença das relíquias da verdadeira Cruz
por toda parte. Todos esses benefícios têm Santa Helena na sua origem, aí se
compreende o vulto dessa mulher, se compreende a estatura dessa alma, se
compreende também o que é uma grande missão. E se compreende algo a respeito do
feitio feminino quando ele é verdadeiramente católico. (Plinio Corrêa de Oliveira)
Helena significa: “tocha resplandecente”.
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