A Maternidade
Divina, dogma solenemente proclamado pelo Concílio de Éfeso (431 d.C.), e
tempos depois proclamado por outros Concílios universais, o de Calcedônia e os
de Constantinopla, refere-se à Virgem Maria como a verdadeira Mãe de Deus
(“Theotókos”), ou seja, Maria é Mãe de Jesus – O Verbo Divino em suas duas
naturezas (humana e divina).
A Carta encíclica Redemptoris Mater diz: “A MÃE DO REDENTOR tem um lugar bem
preciso no plano da salvação, porque, “ao chegar a plenitude dos tempos, Deus
enviou o seu Filho, nascido duma mulher, nascido sob a Lei, a fim de resgatar
os que estavam sujeitos à Lei e para que nós recebêssemos a adoção de filhos. E
porque vós sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu
Filho, que clama: ‘Abbá! Pai!’ (Gál 4, 4-6)”.
A Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus (Theotókos)
ocorre dentro das festividades de Natal, na oitava de Natal (oito dias depois
da Natividade, primeiro dia do ano novo), para relembrarmos o nascimento de
Jesus, o Filho de Deus. De acordo com a tradição católica, é a primeira Festa
Mariana da Igreja Ocidental e começou a ser celebrada em Roma no século VI,
possivelmente junto com a dedicação do templo, no dia 1º de janeiro, a “Santa
Maria Antiga” no Foro Romano, uma das primeiras igrejas marianas de Roma. Desta
forma, esta Festa Mariana encontra seu marco litúrgico no Natal e ao mesmo
tempo em que todos os católicos começam o ano novo pedindo a proteção da
Santíssima Virgem Maria.
A seguir, temos mais alguns dados sobre esta
importante Solenidade:
Conclui a
Oitava de Natal
Com esta Solenidade se conclui a Oitava de
Natal, um conjunto de oito dias desde o dia 25 de dezembro nos quais a Igreja
atualmente celebra o nascimento de Jesus.
No Antigo Testamento (Gn 17,9-14), pode-se
ler que há muitos séculos Deus fez uma aliança com Abraão e sua descendência,
cujo sinal era a circuncisão ao oitavo dia depois do nascimento. Obedecendo a lei,
o Filho de Deus submeteu-se ao prescrito e recebeu, naquele momento, o nome
anunciado à Virgem Maria.
“Completados que foram os oito dias para
ser circuncidado o Menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha
chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno” (Lc 2,21).
A Theotókos
Os primeiros cristãos costumavam chamar a
Virgem Maria de “Theotókos”, que em grego significa “Mãe de Deus”. Este título
aparece nas catacumbas debaixo da cidade de Roma e em antigos monumentos do
Oriente (Grécia, Turquia, Egito).
Os Bispos reunidos no Concílio de Éfeso
(431), cidade onde, segunda a tradição, a Virgem passou seus últimos anos antes
de sua Assunção ao céu, declararam: “A Virgem Maria sim é Mãe de Deus, porque
seu Filho, Cristo, é Deus”.
“Sob seu amparo nos acolhemos, Santa Mãe
de Deus”, diz uma das antigas orações marianas dos cristãos do Egito do século
III. Cabe ressaltar que esse título de “Mãe de Deus” (“Theotókos”) não existia
e que foi criado pelos cristãos para expressar sua fé.
Antiga
festa mariana
A
“Maternidade de Maria” é uma das primeiras festas marianas na cristandade.
Conta-se que, por volta do século V, em Bizâncio, havia uma “memória da Mãe de
Deus”, que se celebrava no dia 26 de dezembro, o dia seguinte ao Natal.
Aos poucos, foi se introduzindo na
liturgia romana em um dia da Oitava de Natal e, já no século VIII, encontram-se
para esta comemoração antífonas com o título de “Natale Sanctae Mariae”, assim
como orações e responsórios com os quais se honrava a divina “Maternidade de Maria”.
Com o tempo esta memória da Virgem foi
transferida para comemorar a “Circuncisão do Senhor”, mas seria mantido o
caráter mariano. Em 1931, o Papa Pio XI a restabeleceu para o dia 11 de
outubro, por ocasião do XV centenário do Concílio de Éfeso e lhe deu uma
categoria equivalente à Solenidade atual.
Anos depois, nesta data, o Concílio
Vaticano II (1962) foi inaugurado. Com a reforma litúrgica de 1969, a
“Maternidade de Maria” passou a ser celebrada em 1º de janeiro, dia em que se
inicia o “calendário civil”.
Fundamento
de dogmas marianos
O título “Mãe de Deus” é o principal e
mais importante dogma sobre a Virgem Maria e todos os demais dogmas marianos
encontram seu sentido nesta verdade de fé. Os outros dogmas marianos são: Maria
Santíssima teve uma Imaculada Concepção, Perpétua Virgindade e que foi levada
em corpo e alma para o céu (Assunção).
Do mesmo modo, Nossa Senhora tem os
seguintes títulos: Mãe dos homens, Mãe da Igreja, Advogada nossa, Corredentora,
Medianeira de todas as graças, Rainha e Senhora de toda a criação e todo louvor
contidos nas ladainhas do Santo Rosário.
Fontes:https://www.paulus.com.br/portal/santo/maria-santissima-mae-de-deus-solenidade#.WkavdLpFzIUhttp://www.acidigital.com/
No dia em que temos a alegria de começar
um novo ano de trabalhos e oração, a Santa Madre Igreja nos convida a celebrar
o mais importante título com que a Cristandade, desde as suas origens, tem
honrado a Virgem Maria e, por meio dela, Aquele que por Ela quis vir ao mundo.
Referimo-nos à Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus: dia de preceito, dia de
mistério, dia de, com os olhos postos em nossa Mãe Dadivosa, renovarmos todo o
conjunto de nossa santa fé católica. Antes, porém, de vermos quais propósitos a
festa de hoje nos pode inspirar, olhemos de mais perto as doçuras e
preciosidades que se escondem sob este tão grande e tão misterioso título com
que a Virgem Santíssima é há séculos aclamada.
Desde antes de dar seu Filho à luz, Maria
foi chamada por Santa Isabel a "mãe de meu Senhor" (Lc 1, 43). E os
evangelistas, por sua vez, não se envergonham de referir-nos o que a respeito
de Cristo pensavam os nazarenos: afinal, não era Maria sua mãe? (cf. Mt 13,
55). Com efeito, a "mãe de Jesus" (cf. Jo 2, 1; 19, 25), como
carinhosamente lhe chama o discípulo a cujos cuidados seria confiada (cf. Jo
19, 26s), é sempre mencionada por sua relação Àquele que "ela concebeu do
Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a
carne" (CIC, § 495).
Ora, quem é esse Filho, que é esse fruto
bendito senão a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Filho eterno a quem o
Pai, gerando-o desde sempre, transmite tudo o que é, tudo o que tem?
Sob o olhar da fé podemos descobrir aqui a
belíssima conveniência dessa maternidade divina, em razão da qual quis o
próprio Deus cumular de graças e enriquecer com uma santidade singular Aquela
que escolhera para dar à luz o Redentor. É esta, pois, uma verdade atestada já
por São Paulo: "[...] quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu
Filho, que nasceu de uma mulher" (Gl 4, 4): pois do mesmo modo como da
substância de Adão Eva fora formada, ainda virgem e sem pecado, assim também o
Cristo haveria de tomar parte na carne imaculada de Maria, toda pura e sempre
intacta. Eis a justiça, eis a sabedoria com que Deus, servindo-se dos mesmos
instrumentos pelos quais a serpente fê-lo ruir, reergue o gênero humano sobre a
humildade da nova Eva!
Indefectivelmente fiel à fé recebida dos
Apóstolos, a Igreja nunca temeu confessar que Maria é, de fato, Mãe de Deus
(Theotókos). Não porque o Verbo divino, ao fazer-se carne, tenha nela tido
origem, mas porque dela recebeu o santo corpo pelo qual operou a obra da nossa
salvação; não porque a Virgem Deípara tenha gerado a natureza divina, mas
porque deu à luz Cristo, verdadeiro Deus. Mãe de Deus, mãe de Nosso Senhor, mãe
da Cabeça da Igreja: devido a esta grande e amável dignidade, não pode a Virgem
Maria deixar de ser também mãe dos membros de Cristo, Mãe nossa, à cuja
proteção devemos recorrer. Mãe de Cristo Rei, rainha, portanto, dos homens e
dos anjos. Mãe do Divino Mediador, mediadora, portanto, para todos os que
desejam ir a Jesus e, por meio dEle, ao Pai Celeste.
Consagremos o ano que hoje começa aos
cuidados desta Mãe admirável. Que Ela, pondo-nos sob a proteção de seu manto
maternal, nos preserve do pecado, nos ajude a vencer as tentações, nos dê força
de vontade para querermos ser santos. Que Ela nos faça perseverar, firmes e
constantes, no serviço ao Senhor até o dia de nossa morte, por mais duro e
áspero que seja o caminho. Que ao longo deste novo ano possamos associar-nos às
dores da Mãe de Deus, a fim de um dia participarmos, ao seu lado, das alegrias
que a sua divina maternidade conquistou para todos os redimidos pelo sangue de
Cristo!
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