sábado, 16 de julho de 2016

Nossa Senhora do Carmo - 16 de julho

    
     A palavra Carmelo (em hebraico, "carmo" significa vinha; e "elo" significa senhor; portanto, "Vinha do Senhor") nos leva para esta famosa montanha da Palestina, onde o Profeta Elias e seu sucessor Elizeu fizeram história com Deus e com Nossa Senhora, que foi prefigurada por uma nuvenzinha branca que, num período de grande seca, prenunciava a chuva redentora que cairia sobre a terra ressequida (cf I Rs 18,20-45).
     Por uma intuição sobrenatural, o Profeta Elias soube que aquela simples nuvem, com forma de uma pegada humana, simbolizava aquela mulher bendita, predita depois pelo Profeta Isaías (“Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho”), que seria a Mãe do Redentor. Do seu seio virginal sairia Aquele que, lavando com seu sangue a terra ressequida pelo pecado, abriria aos homens a vida da graça.
     Estes profetas foram "participantes" da obra Carmelita, que só vingou devido à intervenção de Maria, pois a parte dos monges do Carmelo que sobreviveram (século XII) da perseguição dos muçulmanos, fugiram para a Europa e radicaram-se em vários países entre eles a Inglaterra. Dos seguidores de Elias e seus continuadores, de acordo com a tradição, nasceu a Ordem do Carmo, da qual Maria Santíssima é a Mãe e o esplendor, segundo as palavras também de Isaías “A glória do Líbano lhe será dada, o esplendor do Carmelo e de Saron” (Is 35, 2).
     São Luís IX, rei da França, subiu ao Monte Carmelo. Encontrou-se com aqueles eremitas e ficou encantado quando lhe contam que sua origem remonta ao Profeta Elias, levando uma vida austera de oração e penitência, cultivando ardente devoção à Nossa Senhora. Trinta anos, antes de São Luís IX subir ao Monte Carmelo, dois cruzados ingleses levaram para a Inglaterra alguns monges.
São Simão Stock
    Na Inglaterra vivia um homem penitente, como o Profeta Elias, austero como João Batista. Chamava-se Simão. Mas, diante de sua vida solitária na convexidade de uma árvore no seio da floresta, deram-lhe o apelido de Stock.
     Simão nasceu no ano de 1165 no castelo de Harford, no condado de Kent, Inglaterra, em atenção às preces de seus piedosos pais, que uniam a mais alta nobreza à virtude. Alguns escritores julgam mesmo que tinham parentesco com a família real.
     Sua mãe consagrou-o à Santíssima Virgem desde antes de nascer. Em reconhecimento a Ela pelo feliz parto, e para pedir sua especial proteção para o filhinho, a jovem mãe, antes de o amamentar, oferecia-o à Virgem, rezando de joelhos uma Ave-Maria. Bela atitude de uma senhora altamente nobre!
     O menino aprendeu a ler com pouquíssima idade. A exemplo de seus pais, começou a rezar o Pequeno Ofício da Santíssima Virgem, e logo também o Saltério. Esse verdadeiro pequeno gênio, aos sete anos de idade iniciou o estudo das Belas Artes no Colégio de Oxford, com tanto sucesso, que surpreendeu os professores. Foi também nessa época admitido à Mesa Eucarística, e consagrou sua virgindade à Santíssima Virgem.
     Perseguido pela inveja do irmão mais velho, e atendendo a uma voz interior que lhe inspirava o desejo de abandonar o mundo, deixou o lar paterno aos 12 anos, encontrando refúgio numa floresta onde viveu inteiramente isolado durante 20 anos, em oração e penitência.
     Nossa Senhora revelou-lhe então seu desejo de que ele se juntasse a certos monges que viriam do Monte Carmelo, na Palestina, à Inglaterra, “sobretudo porque aqueles religiosos estavam consagrados de um modo especial à Mãe de Deus”. Simão saiu de sua solidão e, obedecendo também a uma ordem do Céu, estudou teologia, recebendo as sagradas ordens. Dedicou-se à pregação, até que finalmente chegaram dois frades carmelitas no ano de 1213. Ele pôde então receber o hábito da Ordem, em Aylesford.
     Em 1215, tendo chegado aos ouvidos de São Brocardo, Geral latino do Carmo, a fama das virtudes de Simão, quis tê-lo como coadjutor na direção da Ordem; em 1226, nomeou-o Vigário-Geral de todas as províncias europeias.
     São Simão teve que enfrentar uma verdadeira tormenta contra os carmelitas na Europa, suscitada pelo demônio através de homens ditos zelosos pelas leis da Igreja, os quais queriam a todo custo suprimir a Ordem sob vários pretextos. Mas o Sumo Pontífice, mediante uma bula, declarou legítima e conforme aos decretos de Latrão a existência legal da Ordem dos Carmelitas, e a autorizou a continuar suas fundações na Europa.
     São Simão participou do Capítulo Geral da Ordem na Terra Santa, em 1237. Em um novo Capítulo, em 1245, foi eleito 6° Prior-Geral dos Carmelitas.
A Aparição da Mãe de Deus a São Simão Stock.
     Após a algum tempo de calmaria, as perseguições reiniciaram com mais intensidade. Na falta de auxílio humano, São Simão recorria à Virgem Santíssima com toda a tristeza de seu coração, pedindo-Lhe que fosse solícita à sua Ordem, tão provada, e que desse um sinal de sua aliança com ela.

     Na manhã do dia 16 de julho de 1251, suplicava com maior empenho à Mãe do Carmelo sua proteção, recitando a bela oração por ele composta: "Flor do Carmelo, Vinha florífera, Esplendor do céu, Virgem fecunda, singular. Ó Mãe benigna, sem conhecer varão, aos Carmelitas dá privilégio, Estrela do Mar!"
     Terminada esta prece, levanta os olhos marejados de lágrimas, vê a cela encher-se, subitamente, de luz. Rodeada de anjos, em grande cortejo, apareceu-lhe a Virgem Santíssima, revestida de esplendor, trazendo nas mãos o Escapulário dizendo a São Simão Stock, com inexprimível ternura maternal:

     “Recebe, diletíssimo filho, este Escapulário de tua Ordem como sinal distintivo e a marca do privilégio que eu obtive para ti e para todos os filhos do Carmelo; é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos, aliança de paz e de uma proteção sempiterna. Quem morrer revestido com ele será preservado do fogo eterno’’.
     Essa graça especialíssima foi imediatamente difundida nos lugares onde os carmelitas estavam estabelecidos, e autenticada por muitos milagres que, ocorrendo por toda parte, fizeram calar os adversários dos Irmãos da Santíssima Virgem do Monte Carmelo.
     São Simão Stock atingiu extrema idade e altíssima santidade, operando inúmeros milagres, tendo também obtido o dom das línguas; foi chamado a pátria celeste por Deus em 16 de maio de 1265.
     Nossa Senhora voltou ao céu e o Escapulário permaneceu como sinal de Maria. Na última aparição de Lourdes e de Fátima, Nossa Senhora traz o Escapulário.
     São passados mais de 750 anos, desde o dia 16 de julho de 1251. Todos os que trouxeram o Escapulário, com verdadeira piedade, com sincero desejo de perfeição cristã, com sinais de conversão, sempre foram protegidos na alma e no corpo contra tantos perigos que ameaçam a vida espiritual e corporal. É só ler os anais carmelitanos para provar a proteção e a assistência de Maria Santíssima.
     O Escapulário é a devoção de papas e reis, de pobres e plebeus, de homens cultos e analfabetos. É a devoção de todos. Foi a devoção de São Luís IX, de Luís XIII, Luís XIV da França, Carlos VII, Filipe I e Filipe III da Espanha, Leopoldo I da Alemanha, Dom João I, de Portugal.
     John Mathias Haffert, autor do livro "Maria na sua Promessa do Escapulário", entrevistou a Irmã Carmelita Lúcia, a vidente de Fátima ainda viva e perguntou, por que na última aparição Nossa Senhora segurava o escapulário na mão?
     Irmã Lúcia respondeu simplesmente: "É que Nossa Senhora quer que todos usem o Escapulário".
As promessas específicas de Nossa Senhora do Carmo 
     Primeira: Quem morrer com o Escapulário não padecerá o fogo do inferno.
     # Em primeiro lugar, ao fazer a sua promessa, Maria não quer dizer que uma pessoa que morra em pecado mortal se salvará. A morte em pecado mortal e a condenação são uma e a mesma coisa. A promessa de Maria traduz-se, sem dúvida, por estas outras palavras: “Quem morrer revestido do Escapulário, não morrerá em pecado mortal”.
     Para tornar isto claro, a Igreja insere, muitas vezes, a palavra “piamente” na promessa: “aquele que morrer piamente não padecerá do fogo do inferno”.
     Segunda: Nossa Senhora livrará do Purgatório quem portar seu Escapulário, no primeiro sábado após sua morte.
     # Embora às vezes se interprete este privilégio ao pé da letra, isto é, que a pessoa será livre do Purgatório no primeiro sábado após sua morte, “tudo que a Igreja, tem para explicar estas palavras, tem dito oficialmente em várias ocasiões, é que aqueles que cumprem as condições do Privilégio Sabatino serão, por intercessão de Nossa Senhora, libertos do Purgatório pouco tempo depois da morte, e especialmente no sábado”. De qualquer modo, se formos fiéis em observar as palavras da Virgem Santíssima, Ela será muito mais fiel em observar as suas. 
O que significa
 
    O escapulário do Carmo é um sinal externo de devoção mariana, que consiste na consagração à Santíssima Virgem Maria pela inscrição na Ordem Carmelita, na esperança de sua proteção maternal.
     O distintivo externo desta inscrição ou consagração é o pequeno escapulário marrom.
     Quem veste o escapulário deve procurar ter sempre presente a Santíssima Virgem e tratar de copiar suas virtudes, sua vida e atuar como Ela, Maria, atuou, segundo suas palavras:  Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo tua palavra.
     O escapulário do Carmo é um memorial de todas as virtudes de Maria.  

Fonte (excertos)
www.obradoespiritosanto.com;http://www.derradeirasgracas.com/4.%20Apari%C3%A7%C3%B5es%20de%20N%20Senhora/Nossa%20Senhora%20do%20Carmo.htm 

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