Santa
Praxeda era uma dama romana cujo pai, São Prudêncio, foi convertido por São
Paulo Apóstolo. Era irmã de Santa Pudenciana (ou Prudência), festejada dia 19
de maio.
A vida
destas mártires foi composta cerca dos séculos V-VI para uso dos clérigos e dos
monges, destinadas às leituras edificantes. Os escritos chamados
"Passionari" relatavam as vidas e os sofrimentos dos santos mártires
e se difundiram largamente nos ambientes religiosos da Alta e Baixa Idade
Média. A Gesta desta mártir e de sua irmã não tem real base histórica,
mas a existência delas é certa, porque elas são mencionadas em muitos códigos
antigos.
A Gesta das duas irmãs mártires
narra que Pastor, padre de Roma, escreveu a Timóteo, discípulo de São Paulo,
que Prudêncio, "amigo dos Apóstolos", depois da morte de seus pais e
da esposa, Savina, havia transformado sua casa em uma igreja com a ajuda daquele
sacerdote.
São
Prudêncio morreu deixando quatro filhos: dois homens, Timóteo e Novato; e duas
mulheres, Prudenciana e Praxeda. As duas damas, com a permissão do Padre Pastor
e do Papa Pio I (140-155), construíram um batistério na igreja fundada pelo
pai, convertendo e administrando o Batismo a numerosos empregados e a muitos
pagãos. O Papa visitava amiúde a igreja e os fieis, celebrando a Missa nas suas
intenções.
Pudenciana morreu martirizada aos
dezesseis anos de idade e foi enterrada nas catacumbas de Santa Priscila, perto
de seu pai, na Via Salária.
Algum tempo
depois, também Novato adoeceu e antes de morrer doou os seus bens para Praxeda,
Padre Pastor e ao Papa Pio I. Como o outro irmão, Timóteo, estava distante, uma
carta foi escrita a ele pedindo aprovar a doação. Timóteo respondeu
afirmativamente, deixando-os livre para usar os bens da família. Praxeda então
obteve do Papa I aprovação para construir uma igreja nas termas de Novato. O
Papa consentiu e consagrou-a a bem-aventurada virgem Pudenciana.
Após a morte de sua irmã, Praxeda
transformou seus palácios em igrejas para onde, dia e noite, os pagãos acorriam
aos milhares pedindo o Batismo. A polícia imperial respeitava a residência de
uma descendente dos Cornelii.
Dois anos depois estourou outra
perseguição e Praxeda escondeu na sua igreja muitos cristãos. O imperador
Antonino (138-161), informado disto, mandou prender e condenar a morte muitos
deles, incluindo o Pe. Semetrius. Praxeda providenciou o sepultamento deles,
durante a noite, no cemitério de Priscila.
A dama romana viu tudo desmoronar ao seu
redor sem que ela própria fosse atingida. Praxeda voltou-se para Deus e
pediu-Lhe para morrer, se isso lhe fosse vantajoso. Foi chamada, no décimo
segundo dia das *calendas de agosto, a receber no Céu a recompensa por
sua piedade. Seu corpo foi depositado pelo Pe. Pastor na sepultura de seu pai e
de sua irmã nas catacumbas de Santa Priscila, na Via Salaria.
Em 20 de janeiro de 817, o Papa Pascoal I
mandou transferir os corpos de 2.300 mártires das catacumbas ou cemitérios,
para o interior da cidade, para preservá-los das devastações e dos sacrilégios
já verificados durante a invasão dos Longobardos. As relíquias foram
distribuídas nas várias igrejas de Roma.
As relíquias de Santa Pudenciana foram
colocadas na Igreja de São Prudente, seu pai, e a de Santa Praxeda na igreja de
seu nome. Uma das mais antigas representações das duas Santas irmãs é um
afresco do século IX, encontrado em 1891 na Igreja Pudenciana, que as
representa junto a São Pedro.
Praxeda é celebrada pela Igreja no dia 21
de julho, dia de sua morte. Uma igreja lhe foi consagrada, reconstruída pelo
Papa Pascal I em 822, e que hoje é a Basílica de Santa Praxeda de Roma. Segundo
a tradição, nesta basílica é conservado um pedaço da coluna na qual teria
ocorrido a flagelação de Cristo.
Etimologia:
O nome Praxedes, masculino, tem origem no grego, prâxis, "o do
trabalho, ativo, laborioso, prático. O feminino é Praxeda.
*As calendas,
no antigo calendário romano, eram o primeiro dia de cada mês quando ocorria a
lua nova. Havia três dias fixos: as calendas, as nonas (quinto ou
sétimo dia, de acordo com o mês) e idos (13º ou 15º dia, conforme o
mês). Dos idos é que provém a expressão "nos idos de setembro"
para expressar uma data para a segunda metade do mês. É desta palavra que se
originou o termo calendário e a expressão calendas gregas, representando
um dia que jamais chegará, pois era inexistente no calendário grego.
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