terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Beata Eurósia Fabris Barban, viúva, mãe de família - 8 de janeiro

    
     Eurósia Fabris nasceu em Quinto Vicentino (Vicenza, Itália), uma aldeia agrícola a poucos quilômetros de Vicenza, no dia 27 de setembro de 1866. Era filha de Luís e de Maria Fabris, humildes lavradores.

     Em 1870, Eurósia tinha quatro anos quando foi viver com a família em Marola, aldeia do distrito de Torri di Quartesolo (Vicenza). Ela ali permaneceu durante toda a sua vida. Apenas frequentou as duas primeiras classes elementares, de 1872 a 1874, pois ajudava o pai nos trabalhos do campo e a mãe nos trabalhos domésticos. Todavia esta instrução foi suficiente para que ela aprendesse a escrever e a ler, particularmente a Sagrada Escritura, ou outros livros religiosos, como o catecismo, a História Sagrada, a Filoteia e as Máximas eternas de Santo Afonso de Liguori.
     Além das atividades domésticas, Eurósia ajudava também sua mãe no ofício de costureira, profissão que ela irá exercer mais tarde. Rica em qualidades humanas e religiosas, Eurósia sempre se mostrava atenta às necessidades da sua família.
     Aos doze anos recebeu a Primeira Comunhão. Desde então ela era assídua ao Sacramento Eucarístico, recebendo-o todos os dias de festa religiosa, já que então não se praticava a comunhão quotidiana; só bem mais tarde, em 1905, foi publicado o decreto de São Pio X autorizando a comunhão diária.
     Eurósia inscreveu-se na Associação das Filhas de Maria na paróquia de Marola, sendo assíduas às suas reuniões. Observava rigorosa e escrupulosamente os estatutos da mesma. O fervor de sua piedade mariana cresceu ainda mais sob a influência do santuário vizinho dedicado a Nossa Senhora do Monte Berico, ponto de referência da sua devoção, porque desde Marola o santuário era bem visível no alto da montanha onde fora construído.
     Eurósia tinha como objeto das suas devoções o Espírito Santo, o Presépio, o Crucifixo, a Eucaristia, a Santíssima Virgem e as almas do Purgatório. Foi uma apóstola no seio de sua própria família, no meio das suas amigas e na paróquia, onde ela ensinava o catecismo às crianças. Também ensinava corte e costura às jovens que frequentavam sua casa.
     Aos 18 anos, Eurósia era uma jovem séria, piedosa e trabalhadeira. Suas virtudes e a sua estatura física eram notadas, o que fez com que vários pretendentes desejassem contrair matrimônio com ela, o que ela sempre recusou.
     Em 1885 Rosina (assim a chamavam também na família) foi tocada por um acontecimento trágico: uma jovem esposa, sua vizinha, morreu deixando três filhas ainda pequenas órfãs. A mais velha delas morreu também pouco depois. As duas outras tinham apenas 20 meses e 4 meses, respectivamente. Um tio e o avô, doente crônico, viviam com o pai das duas órfãs. Eram três homens de forte caráter que se afrontavam verbalmente ao longo do dia.
     A situação emocionou muito Rosina: durante seis meses, todas as manhãs ela passou a se ocupar das crianças e pôr ordem na casa. Seguindo o conselho de seus pais e do pároco, depois de muito rezar, ela aceitou casar-se com o viúvo, Carlos Barban, bem consciente dos sacrifícios que ela iria enfrentar. O pároco diria mais tarde: “Foi na verdade um ato heroico de caridade para com o próximo”.
     O casamento foi celebrado em 5 de maio de 1886; o casal teve nove filhos. Além de seus filhos, das duas órfãs e de outras três crianças recolhidas pelo casal, Mamãe Rosa - como a chamavam depois do seu casamento - ofereceu carinho, cuidados assíduos, sacrifícios e uma sólida formação cristã. Uma dessas crianças, Mansueto Mazzuco, entrou mais tarde no convento da Ordem dos Frades Menores Franciscanos, onde passou a usar o nome de Frei Jorge.
     Uma vez casada, Eurósia executava com grande fidelidade as suas obrigações de vida conjugal, e vivia numa profunda comunhão com seu marido. Tornou-se sua conselheira e seu conforto, demonstrou um terno amor aos seus filhos, uma capacidade de trabalho fora de normas, uma grande capacidade para responder às necessidades do próximo, uma intensa vida de oração e amor a Deus, uma grande devoção à Santíssima Eucaristia e à Virgem Maria.
     Tornou-se para a sua família um verdadeiro tesouro, a mulher forte de que fala a Sagrada Escritura. Ela soube gerir as economias familiares, bem magras, mas conseguia dividir com os pobres o pão de cada dia. Ela demonstrou as suas qualidades extraordinárias quando seu marido faleceu após uma longa doença.
     Ingressou na Ordem Terceira Franciscana e viveu o seu espírito de pobreza e alegria, de trabalho e de oração, a atenção delicada para com o próximo e o louvor a Deus Criador, fonte de todo o bem e de toda a nossa esperança.
     A família de Mamãe Rosa era verdadeiramente um exemplo de família católica. Ela soube educar e ensinar os filhos a rezar, a obedecer, a ter o temor de Deus, a oferecer os sacrifícios quotidianos, a amar o trabalho e todas as virtudes cristãs.
     Nessa missão de mãe cristã, Mamãe Rosa sacrificou-se e consumiu-se num longo e permanente serviço, dia após dia, como uma luz sobre o altar da caridade. No período de 1918 a 1921, três dos seus filhos foram ordenados sacerdotes: dois diocesanos e um franciscano, Frei Bernardino, que foi o seu primeiro biógrafo.
     Mamãe Rosa morreu no dia 8 de janeiro de 1932. O seu corpo repousa na igreja paroquial de Marola. Eurósia foi beatificada no dia 6 de novembro de 2005, em Vicenza (Itália) pelo papa Bento XVI.
 
Fontes: http://alexandrina.balasar.free.fr/eurosia_fabris_pt.htm; L'Osservatore Romano, de 11-XI-05.

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